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Papa diz que afastamento das mulheres empobrece a sociedade

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O Papa saiu ontem em defesa dos direitos das mulheres, referindo-se às revoltas no Irão, dizendo que se as mulheres forem afastadas a sociedade fica mais pobre, embora tenha evitado mencionar o regime de Teerão.

"Uma sociedade que exclui as mulheres da vida pública fica mais pobre", disse o pontífice, durante a viagem de regresso da sua visita ao Bahrein, na tradicional entrevista com jornalistas credenciados.

De acordo com a transcrição feita pelo Vatican News, Francisco foi questionado sobre os protestos no Irão, tendo respondido que lamentava que as mulheres tivessem de lutar constantemente pelos seus direitos.

Sem fazer referência ao regime do Irão, o Papa lamentou que as mulheres "tenham sempre de lutar pelos seus direitos" e assegurou que esta é uma situação que está sempre na sua atenção e no seu coração.

"Temos de dizer a verdade: a luta pelos direitos das mulheres é uma luta contínua, porque em alguns lugares as mulheres alcançaram a igualdade e em outros não", explicou Francisco.

Falando da proteção dos direitos fundamentais das mulheres, o Papa reconheceu que ainda há "um longo caminho a percorrer" e criticou os sinais de "machismo" que ainda persistem nas sociedades.

"Nós, argentinos, somos machistas. Mas, esse machismo mata a humanidade", condenou Francisco.

Sobre as migrações, o Papa pediu à União Europeia (UE) que não deixe os países mediterrânicos sozinhos perante esta crise.

"Devemos chegar a um acordo sobre a política migratória. A UE deve ter uma política de colaboração e ajuda, e não deixar a alguns países a responsabilidade de acolher os migrantes", acrescentou o Papa, referindo-se a Chipre, Grécia, Itália e Espanha.

Especificamente, pediu que se estabeleça "quantos emigrantes cada país pode receber" e lembrou que esse eventual acordo não se deve limitar ao acolhimento, mas incluir acompanhamento, promoção e integração das pessoas que são acolhidas.