Amnistia adverte que activista preso pode morrer em breve o que marcará a reunião
A secretária-geral da Amnistia Internacional alertou hoje que os trabalhos da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP27) a decorrer no Egito podem ficar manchados pela morte do ativista Alaa Abdel Fattah se não for rapidamente libertado.
Agnes Callamard disse que o Egito não tem mais de 72 horas para salvar a vida do ativista e dissidente preso Alaa Abdel Fattah, que também é cidadão do Reino Unido, em greve de fome há vários meses e que agora intensificou recusando-se também a beber água.
A realização da cimeira sobre o clima no Egito, conhecida como COP27, tem chamado a atenção sobre o historial de violações dos direitos humanos no país, onde se mantém a ampla repressão sob a presidência do Presidente Abdel Fattah el-Sisi.
A conferência está a decorrer em Sharm el-Sheikh, cidade egípcia junto ao Mar Vermelho.
"Se não querem acabar com uma morte que deveriam e poderiam ter evitado, devem agir agora", advertiu Callamard numa conferência de imprensa na capital, o Cairo.
Callamard disse que vai estar na COP27 para exigir medidas sobre questões de direitos humanos relacionados com as alterações climáticas, incluindo perdas e danos ou reparações de países mais ricos aos países vulneráveis que sofrem de alterações climáticas, uma posição que o Egito defende.
Mas, disse, também estará lá para insistir em ações imediatas sobre o caso do proeminente ativista egípcio Alaa Abdel Fattah e das dezenas de milhares de presos políticos que se estima estarem dentro das prisões do país.
O ativista político é uma das figuras mais importantes da revolta popular de 2011 contra o então ditador Hosni Mubarak, foi detido por diversas vezes e está há mais de seis meses em greve de fome, começando por ingerir apenas 100 calorias por dia, depois deixando de comer e, desde hoje, recusando-se também a beber água, o que pode levá-lo à morte em pouco tempo.
Foi condenado a cinco anos de prisão por "divulgar informações falsas", acusação frequentemente usada nos últimos anos contra os opositores do regime de Sisi.