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Segurança mínima de um Estado máximo?

Tenho ideia da justa gratidão que nos merecem os homens e as mulheres das forças de segurança, pelo trabalho inexcedível, mal pago, e muitas vezes incompreendido não apenas por alguma população, também pela tutela, e inclusivamente por determinadas decisões judiciais que, por vezes, aparentam estar entrincheiradas nas excessivas garantias dos prevaricadores.

Partindo desta premissa, que julgo colher aceitação pela maioria dos leitores, não podemos enterrar a cabeça na areia, em face da enorme vaga de vandalismo, assaltos e insegurança que varre o nosso (cada vez menos pacato), quotidiano.

Nos últimos anos, estas instituições com funções de segurança e soberania, evoluíram no que concerne aos seus processos comunicacionais. Todavia, face aos fatos e evidências da degradação da segurança, as mensagens por parte da liderança, são na sua maioria evasivas. Apontar números, valores e gráficos na tabela de Excel, não chega, no embate com a realidade. Se não fossem as estruturas “sindicais” destas forças a denunciar as enormes fragilidades e desinvestimento público, por certo pensaríamos que as “polícias” seriam insolentes, ou estariam, no mínimo, (também) desmotivadas.

O edil funchalense que liminarmente recusou a ideia peregrina da Polícia Municipal (que à boa maneira socialista anterior, pretendia criar mais “Estado” dentro do “Estado” como as bonecas matrioskas), veio há pouco tempo a público, pedir em modo “p’ra fotografia”, o apoio dos militares para o reforço de segurança da cidade, faltando apenas formalizar a implementação da Lei Marcial no Funchal. Note-se, no entanto, que as funções de soberania e segurança são competências do Governo da República, pelo que compete ao mesmo, assegurar esses meios em todo o território e jurisdições nacionais.

Contudo, a perceção pública que também temos, é de que, faltam não apenas meios, como também alguma eficiência e organização dos parcos meios existentes, muitos dos quais, nomeadamente viaturas, resultam do apoio do Governo Regional por via do valor das multas cobradas na Região.

Como é possível que, com os diários constrangimentos no trânsito da cidade, não se veja mais policiamento nos pontos mais nevrálgicos, de modo a agilizar a sua fluidez?

Como é possível manter-se a Via Rápida como uma pista de corridas desenfreada, sem qualquer supervisão das constantes transgressões selvagens, sobretudo nas entradas e saídas dessa via, como é o caso do nó São Martinho?

Será que o foco da ação operacional da PSP, apoia-se nas atividades “gratificadas” para suprir um ramalhete mais digno, dos magros salários dos efetivos? Bem, se não será isso, fica pelo menos a impressão. Mas até ao momento, ainda nenhum comunicado ou mudança, dissipou esta dúvida.

Entretanto, enquanto a robótica e a inteligência artificial madeirense não se materializam em agentes humanoides para patrulhar os nossos espaços exteriores, estejam alerta. «Quem avisa, amigo é.»