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UE exige que Bielorrússia garanta cuidados médicos a Kolesnikova e a liberte

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A União Europeia (UE) exigiu hoje às autoridades da Bielorrússia que garantam a prestação de cuidados médicos urgentes à opositora Maria Kolesnikova e a libertem, depois de hospitalizada na terça-feira nos cuidados intensivos após intervenção cirúrgica.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, o porta-voz do Alto Representante da UE para a Política Externa, Peter Stano, considerou "extremamente preocupantes" as informações sobre o estado de saúde de uma das figuras da oposição bielorrussa aprisionadas na sequência dos protestos pós-eleitorais de 2020.

"O regime deve garantir o seu urgente e adequado tratamento médico e imediata colocação em liberdade. A UE reitera a sua exigência de libertação incondicional de todos os prisioneiros políticos", sublinhou Stano, referindo-se ao Governo do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

O internamento hospitalar de Kolesnikova, de 40 anos, foi confirmado na terça-feira por Viktor Babariko, outro dos principais opositores a Lukashenko e que também se encontra na prisão.

"A Masha (Maria) foi levada para o hospital com uma doença que requeria cirurgia e foi operada a 28 de novembro. Agora, encontra-se estabilizada, embora o seu estado seja grave", indicou, citado pela agência Europa Press.

Também o seu pai disse hoje à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) que a filha foi submetida a uma intervenção cirúrgica não-especificada.

Alexander Kolesnikov indicou que ela continua nos cuidados intensivos e que um médico lhe disse que o seu estado melhorou, apesar de não ter revelado o diagnóstico ou quaisquer pormenores sobre a cirurgia que lhe fez, por estar a cumprir instruções oficiais.

Segundo o pai da opositora, um agente policial esteve presente durante a sua conversa com o médico, acrescentando: "Não me deixaram nem a mim, nem o seu advogado ver a Maria".

Kolesnikova dirigiu a campanha presidencial de Babariko quanto este tentou enfrentar Lukashenko nas eleições presidenciais de 2020, nas quais a UE não reconhece a vitória de Lukashenko por considerá-las fraudulentas.

Foi detida em setembro desse ano, pelo papel que desempenhou na organização dos fortes protestos contra os resultados do escrutínio -- cuja repressão resultou na detenção de mais de 35.000 pessoas e no espancamento de milhares pela polícia -, quando rasgou o seu passaporte na fronteira para impedir a expulsão forçada da Bielorrússia.

Um ano depois, em setembro de 2021, foi condenada a uma pena de prisão de 11 anos por conspirar para tomar o poder, criar uma organização extremista e instar à ações que ameaçaram a segurança do Estado.

O seu advogado, Vladimir Pylshenko, disse que Kolesnikova tinha sido levada para uma cela da prisão de Homiel antes de ser transportada para um hospital dessa cidade do sul do país e que as autoridades rejeitaram repetidamente os seus pedidos para a visitar na prisão.