Ano de 2021 foi de “crescimento transversal” para as maiores empresas da Madeira
Depois de um ano de 2020 dominado pela pandemia, o ano de 2021 foi de “crescimento transversal” para quase todos os sectores de actividade das 500 Maiores Empresas da Madeira, com uma subida global de 27%. Quem o afirma é António Barreiros, director de venda da Informa D&B, na cerimónia de entrega de prémios das ‘500 Maiores e Melhores Empresas da Madeira”, que decorre esta tarde no Centro de Congressos (Casino).
Por ordem decrescente, os sectores que registaram melhor evolução do volume de negócio no ano passado foram: Actividades Imobiliárias (+237%), Alojamento e Restauração (+74%), Serviços Empresariais (+61%), Serviços Gerais (+53%), Energia e Ambiente (+38%), Construção (+27%), Agricultura e outros serviços naturais (+19%), Retalho (+18%), Grossista (+15%), Transportes (+14%) e Tecnologia da Informação e Comunicação (+2,3%). Apenas o sector das Indústrias teve uma evolução negativa no seu volume de negócios (-4,9%).
O representante da Informa D&B, empresa líder de informação empresarial, explicou que no período da pandemia (de 2019 para 2021) observou-se igualmente uma “alteração significativa do perfil sectorial das 500 Maiores e Melhores da Madeira”. Assim, em volume de negócios por sector de actividade, ganharam peso a construção (mais 4 pontos percentuais) e o Retalho (mais 2 pontos percentuais). Pelo contrário, perderam espaço o Alojamento e Restauração (menos 8 pontos percentuais) e o sector Grossista (menos 1 ponto percentual). Em termos de distribuição de empregados por sector de actividade, as 500 Maiores representam 27% do emprego no Alojamento e Restauração, 21% na Construção, 17% no Retalho e 8% nos Serviços Empresariais.
Apenas cerca de um quinto (21%) das empresas madeirenses cresceram nos dois anos de pandemia. A grande maioria (55%) baixou o volume de negócios e 8% mantiveram o mesmo nível. Apesar da forte recuperação, no final de 2021 o tecido empresarial da Madeira ainda não tinha atingido os valores pré-pandemia, já que ficou-se pelos 98% de volume de negócios do ano de 2019. Esta situação observou-se igualmente noutras duas regiões com grande peso da actividade turística – Lisboa recuperou 98% do volume de negócios pré-pandémico e o Algarve (97%).
Na análise da Informa D&B, “o nível de resiliência financeira do universo das 500 Maiores e Melhores da Madeira mantém-se muito alto” e acima da média regional. Cerca de 71% das maiores empresas apresentam um nível de resiliência elevado ou médio-alto, quando na generalidade das empresas regionais e nacionais apenas 33% atingem tais níveis positivos, já que a maioria (57%) tem um nível de resiliência médio, reduzido ou até mesmo mínimo. A resiliência financeira avalia a capacidade de uma empresa enfrentar um choque excepcional e não previsto com impacto significativo no seu processo produtivo e comercial, permitindo posicionar cada empresa relativamente ao setor em que se insere.
Por outro lado, 84% das 500 Maiores Empresas têm um risco mínimo ou reduzido de encerrar por dívidas (designado por ‘failure’) nos 12 meses seguintes, quando no tecido empresarial geral da Madeira só 63% apresentam tais níveis de confiança.
António Barreiros sublinhou que “as 500 maiores da Madeira são vitais na economia regional”. Isto porque no ano passado representaram: 51% do volume de negócios regional, o que corresponde a 2,6 mil milhões de euros; 42% dos empregados, ou seja, 22 mil trabalhadores; 46% do valor acrescentado bruto, o que equivale a 752 milhões de euros; e 63% das exportações, o que significa 124 milhões de euros. Nestes dados não entram as empresas da Zona Franca. As ‘500 Maiores’ estão presentes em todos os sectores de actividade, mas têm um peso acima da média global em três áreas específicas: retalho (28% do sector); construção (15% do sector); e grossista (13%).
Quem são as ‘500 Maiores Empresas da Madeira’? Ora, a maior deste grupo restrito tem um volume de negócios de 174 milhões de euros e a menor 1,1 milhões de euros. Quase metade (49%) destas sociedades são consideradas maduras, pois estão no mercado há mais de 20 anos, e 38 empresas são grandes empregadores (mais de cem empregados). Cerca de 37% são empresas familiares e 13% são exportadoras (corresponde a 5% do volume de negócios das ‘500 Maiores’.