Vistas curtas
Quando um instrumento de investimento directo estrangeiro na Região “corre bem”, há quem tudo faça para que acabe mal
Boa noite!
O primeiro-ministro garantiu que o Governo está a avaliar a continuidade do regime de vistos gold para obtenção de autorização de residência em Portugal, admitindo que “provavelmente, já cumpriu a função que tinha a cumprir e que neste momento não se justifica mais manter".
Uma bomba que nem todos terão dado conta, embora na Madeira, Miguel Albuquerque revelasse atenção devida ao assunto, pois sabe bem os efeitos nefastos que a hipótese admitida por António Costa provocaria na economia regional. Basta pensar nos milhões de euros investidos em diversos projectos imobiliários já em construção, destinados a um mercado ‘premium’, nos empregos que geram directa e indirectamente e nas oportunidades que criam para um sem número de serviços complementares.
Entende o presidente do Governo que importa manter os vistos gold que até “correm bem”, alegando que "a pobreza combate-se é com investimento, com capital e com criação de riqueza e emprego bem remunerado e não é afastando os investidores que se resolve a situação”. Entende o primeiro-ministro que importa avaliar a benesse, embora considere que há outros [regimes] que continuam a fazer sentido", dando como exemplo "o programa Regressar, em que damos apoio generoso em matéria fiscal para que os portugueses que tiveram de emigrar regressem ao país”, programa que, por sinal, ainda não se aplica a quem quiser voltar à Madeira!
Importa dizer que desde Janeiro deste ano que o programa criado em 2012 - e que captou investimento estrangeiro para o País de quase 7 mil milhões de euros, sobretudo no sector imobiliário - tem novas regras. Na prática, o regime de autorização de residências concedidas só se aplicam em investimentos nos Açores, Madeira e distritos do interior do continente. Será também por isso que, a par do CINM, mais um instrumento de investimento directo estrangeiro na Região corre sérios riscos?