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Governo espera sentido de responsabilidade da banca na gestão dos créditos à habitação

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O secretário de Estado do Tesouro afirmou hoje esperar sentido de responsabilidade da banca na atual conjuntura e salientou que o diploma agora aprovado pelo executivo sobre créditos à habitação tem o apoio do Banco de Portugal.

Esta posição de João Nuno Mendes foi transmitida no final do Conselho de Ministros, que aprovou o decreto que estabelece medidas de acompanhamento e mitigação do aumento da taxa de esforço em contratos de crédito para aquisição ou construção de habitação própria permanente.

Na conferência de imprensa, o membro do executivo foi confrontado com afirmações recentemente proferidas pelo presidente executivo do BCP, Miguel Maya, em que disse esperar que o Governo não dê incentivos em matéria de reestruturação de créditos à habitação.

Neste contexto, o presidente do BCP apontou depois "a marcação" dos clientes que partirem para essas soluções, advertindo que "esse estigma não é irrelevante quando for pedir um novo crédito".

Perante os jornalistas, já no final da conferência de imprensa, o secretário de Estado do Tesouro respondeu da seguinte forma: "Considero que cada um tem de fazer aquilo que lhe compete".

"O Governo faz aquilo que lhe compete e tem a expectativa que os bancos tenham o serviço e o sentido de responsabilidade em benefício de todos os clientes e dos portugueses", declarou.

João Nuno Mendes acentuou a seguir que atualmente se está "num momento único da história económica, em que a taxa de juro subiu extraordinariamente".

"Embora esteja em patamares normais, em três meses subiu muito. E todos, incluindo o setor bancário, temos de ter a sensibilidade para essa situação. Enfrentemos a realidade das coisas. Temos um diploma que tem o total apoio do regulador", frisou, aqui numa alusão ao Banco de Portugal.