“O ritmo acelerado de mudança dá-nos pouco tempo para pensar”
Cibersegurança deveria começar a fazer parte da formação dos alunos, defende psicólogo
Porque as mudanças estão a acontecer a um ritmo bastante acelerado, um dos principais problemas que se colocam à sociedade tecnológica é “a urgência do agora”. A conclusão é de Miguel Oliveira, psicólogo e membro da direcção da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que esta tarde é um dos orador no painel ‘As tecnologias estão a mudar quem somos?’, por ocasião do 2.º Congresso dos Psicólogos da Madeira, a decorrer hoje e amanhã no Centro de Congressos da Madeira.
Antecipando a viagem que irá abordar desde a descoberta do fogo até ao advento da 4ª revolução industrial, o psicólogo lembra que “a tecnologia e comportamento sempre estiveram ‘de mão dada’. O comportamento é uma parte muito importante no nosso dia-a-dia, tecnologia ajuda-nos a mudar e a chegar onde estamos”, reforça.
Na opinião deste orador as tecnologias estão a mudar o nosso comportamento porque esta é uma “nova era de mudança muito, muito acelerada”. Tão acelerada que o principal desafio é “a urgência do agora”. Face a tão rápida e constante evolução tecnológica admite que muitas vezes não temos o tempo necessário para sequer reflectir sobre o impacto mudanças com as quais nos deparamos no dia-a-dia. “Aquele tempo que tínhamos para nos adaptar ao novo cada vez é menos”, ou seja, “o ritmo acelerado de mudança dá-nos pouco tempo para pensar”, reforça. Considera este um dos principais problemas resultantes da permanente mudança tecnológica que tem vindo a acontecer a um ritmo bastante acelerado. Neste particular considera que a ciência psicológica poderá ajudar a contribuir que esta realidade possa ser alterada.
Mas nem tudo é mau, sustenta. As tecnologias também têm aspectos positivos. Poder estar com aqueles que estão longe, ou poder chegar a mais lados, são apenas exemplos do potencial que as tecnologias oferecem, quando bem utilizadas.
Na opinião deste psicólogo essencial é “usar a literacia para poder perceber e entender de que forma podemos harmonizar” as ferramentas tecnológicas, sendo certo que “há sempre riscos e benefícios”.
Um dos conselhos que dá é os pais e encarregados de educação assumirem a condição de “farol” e “fazerem parte do processo de pesquisa”, nomeadamente “navegar com eles (filhos)”.
Outro factor que considera muito relevante é a cibersegurança. Neste particular, entende que face à actual “dimensão critica” que envolve a segurança relacionada com o universo cibernético e as redes de comunicação entre dispositivos, a cibersegurança “deveria começar a ser também incluída no processo de formação dos jovens alunos”.