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Alemanha pede normalização entre Sérvia e Kosovo face aos desafios da Europa

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Foto EPA

O chanceler alemão, Olaf Scholz, apelou hoje para uma aceleração do processo normalização entre a Sérvia e o Kosovo, defendendo que a invasão russa da Ucrânia impõe que a Europa ultrapasse os conflitos regionais.

"A agressão brutal da Rússia contra a Ucrânia obriga-nos a unirmo-nos para preservar a liberdade e a segurança na Europa", disse Scholz em Berlim, na abertura de uma cimeira dos Balcãs Ocidentais.

"É tempo de ultrapassar os conflitos regionais que a dividem", acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

A cimeira de um dia destina-se a reforçar a cooperação da União Europeia (UE) com os seis países dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedónia do Norte, Kosovo e Sérvia).

A Alemanha e a França apresentaram recentemente um plano à Sérvia e ao Kosovo para resolver o conflito entre os dois países.

Uma antiga província sérvia de maioria albanesa, o Kosovo declarou a independência em 2008, não reconhecida pela Sérvia.

"Depois de apresentarmos as nossas propostas, regressámos da região com um otimismo cauteloso", disse uma fonte do Governo alemão há dois dias sobre o plano, segundo a AFP.

A mesma fonte advertiu que a relação da Sérvia com a Rússia poderá complicar a sua aproximação à UE.

A Sérvia é candidata à adesão à UE desde 2012, enquanto o Kosovo declarou a intenção de aderir ao bloco, mas ainda não se candidatou.

O país não aprovou as sanções europeias contra Moscovo e Bruxelas insistiu na necessidade de Belgrado se comprometer com a linha de política externa da UE, segundo a agência espanhola EFE.

Ao Kosovo foi pedido que reforce as estruturas democráticas, a administração pública e o Estado de direito, e combata eficazmente a corrupção.

A Bósnia-Herzegovina já tem a recomendação da Comissão Europeia para o estatuto de candidato desde meados de outubro, embora condicionada ao cumprimento de 14 prioridades.

A Albânia, a Macedónia do Norte e o Montenegro, que abriram negociações intergovernamentais em julho para reforçar as relações com a UE, foram convidados a intensificar a luta contra a corrupção e o crime organizado.

Scholz disse que a adesão dos seis países à UE implica a sua incorporação num grande mercado, mas referiu que são necessários "esforços relevantes" para que isso seja possível.

A reunião de Berlim conta também com a participação dos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel.

Está prevista a assinatura de três acordos relativamente ao reconhecimento mútuo dos documentos de identificação, qualificações académicas e qualificações profissionais.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro deste ano, mergulhando a Europa na pior crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).