Bolsonaro apela aos manifestantes que desbloqueiem as estradas
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, apelou hoje aos seus apoiantes que desobstruam as estradas do país de forma a não perderem a "legitimidade".
"Eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legitimas. Não vamos perder nós aqui a nossa legitimidade", disse Bolsonaro, num vídeo gravado e partilhado nas redes sociais.
"O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição. E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Eu tenho que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo a nossa economia", insistiu.
Afirmando que está "tão chateado, tão triste" como os manifestantes e reforçou que ao longo dos quatro anos que esteve no poder colaborou para "ressurgir o sentimento patriótico, amor à pátria".
"Não vamos jogar isso fora. Vamos fazer o que tem que ser feito. Estou com vocês e tenho certeza que vocês estão comigo", disse.
"Vamos desobstruí-las para o bem da nossa nação e para que possamos continuar lutando por democracia e por liberdade", frisou.
Hoje, para além das dezenas de manifestações em frente a quartéis brasileiros num apelo a uma intervenção militar para reverter o resultado eleitoral, seguiram-se a protestos maciços de camionistas alinhados com o pró-Bolsonarismo, que desde segunda-feira bloquearam cerca de 600 autoestradas em todo o país para protestar contra a vitória de Lula.
Bolsonaro, na terça-feira, que na sua primeira declaração pública após a derrota no domingo já tinha apelado, mesmo que timidamente, ao cancelamento destes protestos nas estradas viu-se assim obrigado a reforçar este apelo.
Hoje, de acordo com a Polícia Rodoviária, os bloqueios persistiram em cerca de 150 pontos em 15 dos 27 estados do país e em muitos casos foram apenas parciais, obstruindo mas não bloqueando completamente o tráfego.
Com 100% dos votos contados, Luiz Inácio Lula da Silva ganhou as eleições presidenciais de domingo por uma margem estreita, recebendo 50,9% dos votos, contra 49,1% para Jair Bolsonaro, que procurava um novo mandato de quatro anos.
Lula da Silva assumirá novamente a presidência do Brasil em 01 de janeiro de 2023 para um terceiro mandato, após ter governado o país entre 2003 e 2010.