Filho de Jair Bolsonaro justifica ida ao Qatar após críticas
O filho do Presidente brasileiro e deputado federal Eduardo Bolsonaro disse hoje ter ido ao Qatar mostrar ao mundo "a situação do Brasil", depois de ter sido filmado a assistir ao jogo da seleção contra a Suíça.
"Nesses 'pen drives' aqui têm vídeos, em inglês, explicando a situação do Brasil. Eu espero que você não creia que aqui no Qatar só se fale em copa do mundo", justificou-se Eduardo Bolsonaro, num vídeo publicado hoje, mostrando chaves de memória que alegadamente seriam distribuídas para membros da comunidade internacional presente no Qatar a assistir do Mundial de futebol.
"Só para lembrar para você que a FIFA tem mais membros do que as Nações Unidas. A imprensa inteira está aqui. É por isso que a esquerda faz tanto esforço e até projeto de lei para criminalizar quem fale algumas verdades na cara", acrescentou.
As páginas nas redes sociais de Eduardo Bolsonaro foram inundadas por protestos após uma fotografia mostrar a sua presença, sorridente, com a sua mulher, no estádio a assistir ao jogo do Mundial entre o Brasil e a Suíça.
A maioria dos críticos são, aparentemente, apoiantes de Jair Bolsonaro, e, muitos deles, manifestantes que continuam acampados à frente de quartéis-generais apelando às forças armadas que façam um golpe de Estado para inverter a vitória de Lula da Silva das eleições presidenciais de 30 de outubro.
"Pensa um pouquinho sobre isso, está? Antes de bater palma porque eu apareci no Jornal Nacional, beleza? Um abraço a vocês. Fiquem com Deus", justificou-se Eduardo Bolsonaro.
Na semana passada, Eduardo Bolsonaro voltou a atacar as urnas eletrónicas, na sequência do partido do seu pai ter pedido a anulação de parte dos votos que deram a vitória a Lula da Silva.
"Se as urnas eletrónicas só eram bem vistas por poucos países, agora nenhum país sério a adotará", escreveu Eduardo Bolsonaro na rede social Twitter, partilhando um vídeo no qual Steve Bannon, o antigo conselheiro ideológico do ex-presidente norte-americano Donald Trump, defende os protestos no Brasil, que questionam os resultados das eleições.
Em causa estarão mais de 250 mil urnas (anteriores a 2020), cerca de metade do total utilizado nas eleições presidenciais de 30 de outubro, vencidas, e ratificadas pelas autoridades eleitorais e observadores internacionais, por Lula da Silva.
Os protestos contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas presidenciais de 30 de outubro e a favor de uma intervenção militar voltaram a ganhar alguma força há semanas, alavancados pelo feriado nacional da instauração da República no Brasil, com milhares de manifestantes a concentrarem-se em frente a quartéis em vários estados brasileiros.