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Saúdo com alvíssaras e fé na festa (popular, cultural, religiosa, autárquica) de Nha Santa Katrina, a sua Padroeira e os 188 anos de Concelho, historicamente dos mais importantes de Cabo Verde. Este ano, um louvado seja à saudade de Pedro/Pedrinho Martins (arquitecto e valoroso patriota), autor do “Testemunho de um Combatente”, e à boa caminhada artística de Frederico/Nhonhô Hopffer Almada (também arquitecto e intérprete musical), agora com o novo álbum “Subriviventi”, gente amiga e ilustre.

Saúdo, também com o mesmo entusiasmo, o 14º aniversário da Universidade de Santiago, na figura do seu Magnífico Reitor, Professor Doutor Gabriel Fernandes, com votos de longa vida, em prol das Ciências, Artes e Humanidades. Saúdo ainda a parceria editorial já iniciada entre a US Edições e a Rosa de Porcelana Editora, com um filão de novos títulos a caminho...

Achei engraçado o trocadilho - Doha a quem doer -, mas, devagar, que a piada disto esconde uma franciscana promiscuidade entre o futebol, a corrupção, a lavagem e a escravatura. Desta feita, com a FIFA no seu melhor (e a inhaca que dali tresanda). Se o “faz-me-rir”, ora a cantar em dólar, destempera qualquer crítica e compra compra consciências híbridas, valham-nos, do poeta Manuel Alegre, estes versos (...) “há sempre alguém que resiste/ há sempre alguém que diz não”....

A poeta Haideia Avelino Pires, autora dos livros “Nome e Nexo” e “Naturados e Artefactos”, postou (para a minha releitura) a pequena prosa “O Graxa”, do poeta José Gomes Ferreira. Li-a, grato e com gosto, saudoso do meu tempo dos liceus, a matutagem (eia, professora Clara) aprendendo o “bom texto”.

Agora que, varando a madrugada, vejo o vídeo de certos deputados, cada um sendo pior que o outro (isto dito, sem passar o coiso a fio de espada), leio-lhes a última palavra de José Gomes Ferreira nessa pequena prosa: “Palermas!” É que a minha grande vereda de olhar, de cuidar e de amar, é Cabo Verde. Portanto, cuidado...

Isto de musa antiga, já dizia Camões, exige engenho e arte (e creio, transcendência). Para animar a alma dos amigos, estes versos de Filinto Elísio (também Niceno, em verdade Padre Francisco Manuel do Nascimento, arcadista, lá no século XVIII):

(...)
Dormias, Márcia, e eu vi Cupido ansioso,
Já dum, já doutro lado
Querer furtar-te um beijo gracioso,
Que tu, a cada arquejo descansado,
Na linda boca urdias.
Graciosíssimo, oh! Márcia!... Não sabias
Como o Nume girava de alvoroço.
Escolhendo-lhe o jeito
De o dar do melhor lado. Eu vim, e dei-to
Bem na boca, e logrei o esperto moço.
(...)

A odisseia (aquela primordial), é mesmo este campear palavras, com a sua transcendência..