Confiança dos consumidores volta a recuar e clima económico aumenta em Novembro
A confiança dos consumidores diminuiu "marginalmente" em novembro, para um valor próximo do registado no início da pandemia, e o indicador de clima económico aumentou, após ter recuado entre agosto e outubro, divulgou hoje o INE.
De acordo com os 'Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores' do Instituto Nacional de Estatística (INE), "o indicador de confiança dos consumidores diminuiu entre setembro e novembro, apenas marginalmente no último mês, atingindo um valor próximo do registado em abril de 2020 no início da pandemia e o mais baixo desde esse mês".
Segundo o instituto estatístico, a evolução deste indicador no último mês "resultou dos contributos negativos das opiniões sobre a evolução passada da situação financeira do agregado familiar e das perspetivas sobre a evolução futura da realização de compras importantes por parte das famílias, que foram praticamente compensados pelos contributos positivos das expectativas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar e da situação económica do país".
O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país aumentou em novembro, após ter diminuído nos dois meses precedentes, "mais expressivamente" em outubro, e ter atingido o valor mais baixo desde abril de 2020 aquando do início da pandemia.
Já o saldo das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar aumentou no último mês, após ter diminuído em setembro e outubro, "de forma mais significativa no primeiro caso, tendo registado nestes dois meses os valores mais baixos desde o início da pandemia em abril de 2020".
Quanto ao saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços, diminuiu em novembro, após ter renovado em outubro o valor máximo da série, na sequência da trajetória marcadamente ascendente iniciada em março de 2021.
Por sua vez, o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços "diminuiu de forma expressiva em novembro, depois de ter aumentado nos dois meses precedentes, de forma também expressiva em outubro".
Quanto ao indicador de clima económico, que avalia o sentimento das empresas, "aumentou em novembro, após ter diminuído entre agosto e outubro", com os indicadores de confiança da indústria transformadora, da construção e obras públicas, do comércio e dos serviços a aumentarem relativamente a outubro.
Segundo o INE, "os saldos das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda diminuíram na indústria transformadora, no comércio e, de forma ligeira, na construção e obras públicas, enquanto nos serviços este saldo aumentou, embora permanecendo num nível inferior ao máximo da série registado em abril".
Na indústria transformadora, o indicador de confiança "aumentou moderadamente" em novembro, após ter diminuído no mês precedente, refletindo o contributo positivo das perspetivas de produção, enquanto as apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados e as opiniões sobre a evolução da procura global contribuíram negativamente.
O indicador de confiança aumentou no agrupamento de bens Intermédios, estabilizou no agrupamento de bens de investimento e diminuiu no agrupamento de bens de consumo.
No que se refere ao indicador de confiança da construção e obras públicas, aumentou em novembro, após ter diminuído em outubro.
O INE explica que "esta evolução refletiu o contributo positivo das apreciações sobre a carteira de encomendas, uma vez que o saldo das perspetivas de emprego diminuiu".
No setor do comércio, o indicador de confiança aumentou em novembro, após a diminuição registada em outubro, traduzindo o contributo positivo das perspetivas de atividade da empresa, já que as opiniões sobre o volume de vendas e as apreciações sobre o volume de 'stocks' contribuíram negativamente.
Em novembro, o indicador de confiança aumentou no comércio a retalho e diminuiu no comércio por grosso.
Quanto ao setor dos serviços, viu o indicador de confiança aumentar em novembro, após ter diminuído nos dois meses precedentes, "mais expressivamente em outubro".
"A recuperação do indicador resultou do contributo positivo das perspetivas relativas à evolução da procura e das apreciações sobre a atividade da empresa, mais expressivo no primeiro caso, tendo as opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas contribuído negativamente", detalha o INE.