O novo projecto da Escola Secundária de Francisco Franco, "Educação, Cidadania e Democracia para o século XXI", arranca com a presença de professores e alunos num debate sobre "O estado da Educação" que terá lugar nesta quarta-feira, 30 de Novembro de 2022.

No ano de 2021, o número total de estudantes que frequentaram o ensino pré-escolar, básico, secundário e superior em Portugal foi de apenas 1.987.674. Dados relativos ao ano letivo 2020-2021 revelam uma estabilização do número de alunos matriculados no ensino secundário, que atingiu os 393 689, menos 349 alunos que no ano letivo anterior. Destes, 209 684 estavam inscritos nos cursos Científico-Humanísticos, 115 135 nos Cursos Profissionais, 17 964 nos cursos EFA - Educação e Formação de Adultos -, 18 688 em Cursos de Aprendizagem e 18 858 em processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.

Apesar dos números exprimirem ainda um valor significativo, o Sistema Educativo português tem vindo a perder alunos e já não chega aos 2 milhões de matriculados. Foi depois de 2019, e agora com o pós-pandemia, que o decréscimo mais se está a fazer sentir, apesar da redução já vir detrás com a diminuição da natalidade e o famoso “inverno demográfico”.

Os tempos são agora outros, mas exigem de todos nós, relativamente à escola pública e toda a organização/dinâmica escolar, uma profunda reflexão sobre as suas diferentes práticas e particularidades, com peculiar atenção para os novos modelos pedagógicos que estão a ser implementados, mais o problema do envelhecimento da classe docente e seu imprescindível rejuvenescimento (sem esquecer a atratividade da carreira de professor), a inserção gradual do digital na sala de aula - apesar do contínuo desinvestimento na Educação -, mas também o modelo de sociedade escolhido e que estamos a realizar.

As ‘nossas’ escolas precisam de implementar novas formas de trabalhar, de inovar, necessitam de exercitar - nas crianças e jovens - uma ‘desconhecida’ capacidade empreendedora, um pensamento independente, criativo, autoconfiante e crítico. Em suma, num futuro e mundo onde a ciência e tecnologia assumirão um papel ainda mais determinante, as escolas precisam de encontrar novas formas de educar e de construir cidadãos (e uma sociedade) onde todos possamos (e apreciemos) viver.

Temas e problemas como estes poderão ser abordados pelos dois oradores convidados, os professores Liliana Rodrigues (Universidade da Madeira) e André Escócio, numa conferência que tem hora marcada pelas 15h15, na sala de Sessões da Escola Secundária de Francisco Franco, no Funchal.