Guterres saúda acordo entre Governo e oposição venezuelanos
O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou hoje o acordo assinado no sábado entre o Governo e a oposição venezuelanos que permitirá destinar recursos do Estado para iniciativas que garantam proteção social e assistência humanitária à população.
Num comunicado divulgado pelo seu gabinete, Guterres expressou o compromisso da ONU em apoiar o Governo e a oposição da Venezuela na aplicação do acordo, que considerou um "marco importante" com potencial de gerar benefícios mais amplos para o povo venezuelano.
António Guterres encorajou as partes a permanecerem comprometidas com as negociações e com novos acordos que abordem os desafios políticos, sociais e dos direitos humanos, segundo o porta-voz Farhan Haq.
O Governo e a oposição da Venezuela assinaram no sábado, no México, um segundo acordo parcial em matéria de proteção social, nos termos das negociações reatadas entre as duas partes.
O acordo, que visa desbloquear recursos que a Venezuela tem congelados no estrangeiro para poder ajudar as populações mais vulneráveis, determina que Governo e oposição terão de cooperar ao nível de despesas humanitárias, como o pagamento de projetos de assistência médica ou a reparação de redes elétricas.
Suspensas por mais de um ano, as negociações entre Governo e oposição venezuelanos foram reatadas após a intervenção da Colômbia e dos Estados Unidos.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse no sábado que o acordo alcançado representa um "novo capítulo" no avanço para "a paz e o bem-estar" dos venezuelanos.
Reagindo a partir de Miami, nos Estados Unidos, a organização que representa os venezuelanos no exílio por motivos políticos, a Veppex, reprovou a retoma das negociações, considerando que o Governo de Maduro obtém vantagens sem "nenhuma concessão que beneficie os venezuelanos" e que a plataforma unitária que agrega uma das oposições beneficia "o regime de Maduro e os seus aliados internacionais".
Portugal saudou hoje a retoma das negociações venezuelanas, assinalando que devem conduzir à realização de eleições "livres e justas" e ao "pleno restabelecimento das instituições democráticas".