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Forças Armadas de Israel suspendem dois militares que agrediram ativistas na Cisjordânia

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Foto EPA/ALAA BADARNEH

As Forças de Defesa de Israel (FDI) suspenderam hoje dois militares por agredirem e humilharem um grupo de ativistas de uma organização não-governamental (ONG) em Hebron, na Cisjordânia, depois deste organismo ter divulgado imagens do sucedido.

"Os soldados envolvidos serão suspensos de todas as atividades operacionais até ao final da investigação", adiantou o chefe das Forças Armadas israelitas, Aviv Kohavi, acrescentando que condena "qualquer uso de violência desnecessária, física ou verbal".

Esta força israelita reconheceu, em comunciado, que ocorreu "um confronto entre soldados das FDI e civis em Hebron" e que "as ações dos soldados foram graves e desafiam os valores das FDI".

"Os soldados precisam de realizar as suas tarefas com a máxima precisão", destacou.

"O incidente será investigado pelo Comandante do Comando Central e pela Polícia Militar. Os resultados da investigação serão enviados ao Procurador-Geral Militar para posterior análise", acrescentou o FDI.

Nas imagens divulgadas pela ONG Breaking the Silence, organismo que recolhe e publica depoimentos anónimos de ex-soldados israelitas sobre alegadas violações contra palestinianos, um soldado é visto a derrubar um dos ativistas e a bater com o rosto deste no chão.

Também se ouve outro dos militares a dizer que a chegada do deputado ao poder do deputado de extrema-direita e fundamentalista religioso, Itamar Ben Gvir, para liderar o Ministério da Segurança, vai acabar com "a brincadeira".

"Ben Gvir vai colocar as coisas no devido lugar. Vocês perderam. A diversão acabou", refere um dos soldados alvo de sanções.

A Breaking the Silence esteve hoje no terreno para se encontrar com famílias palestinianas daquela cidade, como um ato de solidariedade, depois de cidadãos israelitas que visitam a cidade para a peregrinação anual terem iniciado vários confrontos com esta população, na semana passada, segundo noticiou o Times of Israel.

As tensões entre Israel e os palestinianos têm estado bastante elevadas.

Mais de 130 palestinianos foram mortos este ano em confrontos com israelitas na Cisjordânia Ocupada -- sob controlo israelita desde 1967 - e no leste de Jerusalém, tornando 2022 o ano mais mortal desde 2006. Os confrontos aumentaram desde que uma série de ataques palestinianos na primavera que resultaram em 19 mortos em Israel.

O Exército israelita diz que a maioria dos palestinianos mortos eram combatentes. Entretanto, foram mortos também jovens que atiravam pedras contra os militares israelitas em protestos contra as incursões de Israel na região e ainda outros que não estavam envolvidos nos confrontos.

Outros oito israelitas foram mortos numa nova onda de ataques palestinianos nas últimas semanas. Na quarta-feira, duas explosões em duas paragens de autocarros, em Jerusalém, mataram um adolescente e feriram pelo menos 18 pessoas.