Diminuiu o número de famílias ajudadas pela Cáritas na Madeira
Em 2021 a instituição apoiou 750 famílias, este ano a ajuda chegou a 550 agregados
Este ano, o número de famílias madeirenses ajudadas pela Cáritas Diocesana do Funchal diminuiu "drasticamente".
Duarte Pacheco, presidente da estrutura regional encarregue da resposta social da Igreja refere que no ano passado foram apoiadas pela instituição 750 famílias. Este ano, os números, até meados de Novembro, apontam para ajuda a 550 famílias madeirenses.
O responsável refere que os apoios concedidos são, maioritariamente, em alimentos, embora também concedam ajuda para a aquisição de medicamentos e disponibilizem mobiliário ou electrodomésticos em situações específicas.
Duarte Pacheco nota que o futuro próximo poderá fazer aumentar estes números, por força da subida da inflação e do custo de vida, levando a que as famílias tenham dificuldade em suportar os encargos com a habitação.
A 'pobreza envergonhada' continua a ser um problema para a acção da Cáritas, já que, conforme deu conta o presidente da instituição madeirense, hoje são mais as pessoas que mesmo trabalhando precisam de apoio para conseguirem fazer face a todos os encargos financeiros que têm. A situação complica-se quando há filhos no agregado familiar, salientou, durante a conferência de imprensa que antecede a realização do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que acontece pela primeira vez na Região, entre hoje e domingo.
Presentes neste encontro vão estar representantes daa diferentes Cáritas Diocesanas do país, bem como elementos da estrutura nacional da instituição, nomeadamente a sua presidente, Rita Valadas.
Diferença de rendimentos agrava problemas sociais e aumenta pobreza
Os trabalhos são presididos por D. José Traquina, bispo de Santarém, que é o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que tem a tutela da Cáritas, que, no encontro com a comunicação social, destacou o papel da instituição na ajuda a "quem governa", além de apoiar quem precisa.
Com isto, D. José Traquina referia-se ao papel que a Cáritas tem junto das instituições governativas como observatório dos reais problemas da sociedade.
O bispo de Santarém referiu, também, que o objectivo da Cáritas não deve ser encarado como permanente, mas sim transitório. "Não queremos alimentar uma pobreza eternamente", frisou.
Além disso, o bispo destacou a desigualdade de rendimentos como um dos maiores problemas actuais, agravado pela inflação e aumento do custo de vida. "A Madeira que recebe tanta gente rica também tem esse problema", frisou, deixando claro que esse é um problema que se estende a todo o país.