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Rússia acusa França de não emitir vistos à sua delegação para cimeira da UNESCO

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As autoridades acusaram hoje o Governo francês de não emitir os necessários vistos para permitir a deslocação da delegação russa a Paris no âmbito da cimeira do Conselho intergovernamental da UNESCO.

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, alertou para esta "estranha, se não absurda" situação que restringe a liberdade de expressão num fórum internacional, citada pela agência noticiosa oficial TASS.

"Podemos dizer que, diretamente, foi interrompida a participação de pleno direito da delegação russa", lamentou Zakharova, que se questionou pelo motivo desta decisão que restringe o direito da Rússia em participar em fóruns internacionais, e em particular em organismos dependentes das Nações Unidas.

Por fim, a representante russa exortou os países participantes da reunião da UNESCO -- a organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura -- indicarem se preferem que a cimeira seja plural e permita a liberdade de expressão, ou antes um evento com convites seletivos.

Desde o início da guerra na Ucrânia, iniciada há precisamente nove meses, que a Rússia tem denunciado situações idênticas em diversas ocasiões. Um dos mais recentes envolveu os Estados Unidos, que recusaram emitir vistos para que representantes russos participassem em sessões da ONU.

Ainda na passada sexta-feira, a Polónia recusou a entrada de uma delegação russa no seu território para uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) prevista para o início de dezembro, e considerou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo Serguei Lavrov 'persona non grata', com Moscovo a denunciar "uma provocação".