EUA anunciam mais 385,9 ME em assistência militar para Kiev
O Departamento de Estado norte-americano anunciou hoje mais 400 milhões de dólares (385,9 milhões de euros) em assistência militar à Ucrânia para o país se defender dos "ataques implacáveis do Kremlin à sua infraestrutura energética".
Trata-se da 26.ª entrega de armas e equipamentos norte-americanos à Ucrânia desde agosto de 2021, indicou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, em comunicado.
Esses 400 milhões de dólares em equipamento militar incluem armas, munições e equipamentos de defesa aérea, retirados dos estoques do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
A nova ajuda, segundo Blinken, elevará a assistência militar total dos EUA a Kiev "a um nível sem precedentes de aproximadamente 19,7 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) desde o início do Governo" de Joe Biden, que tomou posse em janeiro de 2021.
"A munição de artilharia, fogos de precisão, mísseis de defesa aérea e veículos táticos que estamos a fornecer servirão melhor a Ucrânia no campo de batalha. (...) Os EUA continuarão ao lado de mais de 40 aliados e parceiros em apoio ao povo da Ucrânia enquanto defendem a sua liberdade e independência com coragem extraordinária e determinação sem limites", frisou o secretário de Estado.
Em comunicado, o Departamento de Defesa dos EUA especificou que o novo pacote inclui munições adicionais para os sistemas de mísseis terra-ar (NASAMS); 150 metralhadoras pesadas com miras de imagens térmicas para combater Sistemas Aéreos Não Tripulados; munições adicionais sistemas de 'rockets' de artilharia de alta mobilidade(HIMARS); ou mísseis anti-radiação de alta velocidade (HARMs).
Serão ainda enviados 200 projéteis de artilharia guiada com precisão de 155 milímetros; 10.000 morteiros de 120 milímetros; 150 veículos polivalentes de rodas de alta mobilidade (HMMWVs); mais de 100 veículos táticos leves; mais de 20.000.000 cartuchos de munição para armas pequenas; mais de 200 geradores; e peças de reposição para obuses de 105 milímetros e outros equipamentos.
"Com os ataques implacáveis e brutais de mísseis e drones da Rússia contra a infraestrutura energética crítica ucraniana, as capacidades adicionais de defesa aérea continuam a ser uma prioridade urgente. As munições adicionais para NASAMS e metralhadoras pesadas ajudarão a Ucrânia a combater essas ameaças urgentes", avaliou o Departamento de Defesa.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.