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Vacinação mais acelerada poderia ter salvado 47 mil idosos no Brasil

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Se a vacinação contra a covid-19 tivesse sido acelerada no Brasil 47 mil vidas de idosos poderiam ter sido salvas, refere um artigo publicado na revista científica The Lancet Regional Health Americas por investigadores ligados à Fundação Oswaldo Cruz.

Num comunicado, a Fiocruz informou que além das vidas poupadas cerca de 104 mil hospitalizações poderiam ter sido evitadas no Brasil se a vacinação no país, iniciada em janeiro de 2021, tivesse sido acelerada.

O artigo "Estimando o impacto da implementação e calendário do programa de vacinação contra covid-19 no Brasil: uma análise contrafactual" ressaltou que a imunização acabou ganhando escala aos poucos no Brasil, progredindo de 250 mil doses por dia entre fevereiro e março para o patamar de 500 mil doses diárias entre abril e maio até atingir o ritmo de um milhão de doses por dia em junho de 2021.

"Se o ritmo de aplicação de doses da campanha de imunização fosse aquele verificado oito semanas depois de seu início, por exemplo, o número de mortes de idosos poderia ter sido de 40% a 50% menor em relação àquele observado no pico da variante de preocupação Gama do SARS-CoV-2", frisou o artigo assinado por investigadores da Fiocruz, do Observatório Covid19 BR, da Universidade Estadual Paulista, da Universidade Estadual de Campinas, da Universidade Federal do ABC e da Universidade de São Paulo.

O artigo também indicou que, em estimativas consideradas conservadoras pelos autores, as vacinas contra a doença causada pelo novo coronavírus salvaram de 54 mil a 63 mil vidas de idosos com 60 anos ou mais de janeiro a agosto de 2021 no país sul-americano.

Neste mesmo período, a imunização também evitou de 158 mil a 178 mil internamentos de idosos nos hospitais brasileiros.

Para chegar a estes números, os investigadores se concentraram nos primeiros meses em que as vacinas começaram a ser aplicadas no país e nas faixas etárias dos idosos, os primeiros a completarem o esquema vacinal pelo calendário do programa de imunização.

"Ao traçarem a curva de mortes e hospitalizações por covid-19 na população brasileira, sobrepondo-a à curva similar nos grupos de idosos que estavam sendo imunizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2021, ficou evidente a correlação positiva entre vacinação e prevenção de mortes e casos graves", destacou o comunicado da Fiocruz.

"Quanto mais crescia a cobertura vacinal nos idosos, mais se reduzia o impacto da covid-19 nesses grupos com 60 anos ou mais", concluiu.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a covid-19 causou a morte de cerca de 689 mil pessoas no Brasil.