Conselho de Segurança da ONU renova mandato da missão europeia de segurança na Bósnia
O Conselho de Segurança da ONU renovou hoje por mais um ano, por unanimidade, a missão militar da União Europeia na Bósnia-Herzegovina (Eufor Althea), apesar das reservas manifestadas pela Rússia.
Os quinze países do Conselho de Segurança apoiaram por unanimidade uma resolução elaborada pela Irlanda, que renova a base legal sobre a qual atua esta operação, ativa desde 2004, quando substituiu a missão de paz da NATO (SFOR).
A sua principal função é supervisionar o aspeto militar do Acordo de Paz de Dayton, que, em 1995, pôs fim à guerra civil da Bósnia (1992-1995), que provocou 100.000 mortos.
Este pacto estabeleceu que a Bósnia-Herzegovina é composta por duas entidades autónomas - a Republika Srpska da Sérvia e uma federação de croatas e muçulmanos - unidas por um governo central.
"Votamos a favor da prorrogação do mandato por um ano" porque o texto é "despolitizado, puramente técnico", salientou a vice-embaixadora da Rússia Anna Evstigneeva, apesar de ter repetido as reservas russas expressas nos últimos meses.
"Queremos dizer mais uma vez que estamos preocupados com a duplicação injustificada e ainda inexplicável do contingente de forças europeias em 2022", acrescentou.
No próprio dia do início da ofensiva russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Eufor anunciou o envio de 500 soldados adicionais para a Bósnia, além dos 600 já existentes.
No debate de hoje, vários membros do Conselho de Segurança manifestaram a sua preocupação com as tensões registadas após as eleições de 02 de outubro, em que prevaleceram os partidos nacionalistas dos respetivos povos que constituem a Bósnia-Herzegovina.
Nas eleições, após fortes protestos e repetindo parcialmente a contagem de votos, o líder nacionalista Milorad Dodik, conhecido por posições secessionistas e pró-russas, foi eleito presidente da entidade sérvia no país.