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Venezuela e Colômbia vão cooperar na segurança e no combate ao narcotráfico

Gustavo Petro e Nicolas Maduro assinaram acordo em Caracas.  Foto EPA/Rayner Pena R.
Gustavo Petro e Nicolas Maduro assinaram acordo em Caracas.  Foto EPA/Rayner Pena R.

Os Presidentes da Venezuela e da Colômbia assinaram, na terça-feira, uma declaração sobre cooperação bilateral na segurança fronteiriça e no combate ao narcotráfico, entre outras.

A declaração foi assinada em Caracas, durante um encontro entre Nicolas Maduro e Gustavo Petro, para "articular as políticas de aproximação entre ambos países".

"Conversamos sobre temas multilaterais e o regresso da Venezuela à Comunidade Andina de Nações", adiantou Maduro aos jornalistas, no final do encontro com Petro.

Os dois governantes "asseguraram a cooperação operacional ao longo da fronteira comum, para um trabalho coordenado na luta contra a criminalidade transnacional que põe em risco a segurança fronteiriça de ambas as nações", de acordo com o texto da declaração conjunta.

"Concordaram com o relançamento e a resolução de questões críticas nas áreas do transporte terrestre, aéreo, fluvial e marítimo. Na área da energia e da exploração mineira, foi acordado estabelecer grupos de trabalho entre as duas partes para explorar e estabelecer novos esquemas de complementaridade", indica.

Por outro lado, decidiram "criar e ativar mecanismos conjuntos de segurança fronteiriça para a proteção da fronteira e das pessoas que por ela se deslocam" e vão trabalhar "para alcançar um intercâmbio ativo nos setores agroindustrial, agropecuário, agrícola e petroquímico".

O mesmo documento acrescenta ter sido alcançado um acordo para "reativar os espaços de concertação e diálogo político bilateral, além do estabelecimento de um novo mapa de cooperação baseado nos princípios da fraternidade, da solidariedade e da complementaridade para tornar mais eficaz a relação entre a Colômbia e a Venezuela".

A declaração conjunta refere que ambos governantes "concordaram em nomear funcionários consulares dos respetivos países, para garantir os direitos civis" dos cidadãos venezuelanos e dos colombianos.

O documente adianta que Petro saudou o reinício do "diálogo entre o Governo da República Bolivariana da Venezuela e a oposição venezuelana", enquanto Maduro manifestou a esperança de que "a paz total na Colômbia seja conseguida".

Em 29 de agosto, a Venezuela e a Colômbia renovaram formalmente as relações diplomáticas, interrompidas há três anos, com a chegada a Caracas do embaixador colombiano, nomeado por Petro, para apresentação de credenciais.

Além da troca de embaixadores, o processo prevê a reabertura completa da fronteira, de mais de dois mil quilómetros, entre os dois países. A fronteira está totalmente fechada ao trânsito de veículos desde 2015, tendo sido reaberta no ano passado apenas para pedestres.

Os dois governantes anunciaram também a intenção de retomar as operações aéreas entre a Venezuela e a Colômbia.

Em fevereiro de 2019, Maduro cortou relações diplomáticas e políticas com a Colômbia, que acusou de apoiar os Estados Unidos num golpe de Estado contra o regime venezuelano.