Bruxelas diz "levar muito a sério" segurança dos gasodutos Nord Stream
A Comissão Europeia disse hoje "levar muito a sério" a segurança das infraestruturas críticas da União Europeia (UE), como gasodutos da Nord Stream, no dia em que a justiça sueca revelou que anteriores explosões se deveram a sabotagem.
"Creio que já falámos bastante sobre os acontecimentos em torno do Nord Stream 02. Nós próprios não participamos na investigação, mas estamos a levar muito a sério a segurança de todas as infraestruturas críticas para a UE", como na área da energia, declarou o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer.
Falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, Eric Mamer lembrou as "ações em curso neste âmbito", como os testes de 'stress' que estão a ser organizados com os Estados-membros.
Já a porta-voz do executivo comunitário para os Assuntos Internos, Anitta Hipper, lembrou a recomendação divulgada pela instituição em meados de setembro para os países da UE "reforçarem a resiliência das [...] infraestruturas críticas".
"O Conselho [estrutura na qual estão representados os Estados-membros] está a discutir a recomendação da Comissão e os progressos nesta matéria e já tivemos também uma primeira reunião de peritos dos países, estando em curso discussões sobre a metodologia a desenvolver para os testes de 'stress'", adiantou Anitta Hipper.
As explosões que afetaram os gasodutos Nord Stream 01 e 02 no Mar Báltico, em setembro, revelam sabotagem, declarou hoje o procurador responsável pelo inquérito preliminar instaurado pela Suécia.
"As análises que foram realizadas mostram restos de explosivos e foram descobertos vários objetos estranhos", disse hoje o procurador sueco Mats Ljunggvist, num comunicado.
O procurador é responsável pelo inquérito preliminar que decorre na Suécia sobre as quatro fugas de gás descobertas nos gasodutos, no passado mês de setembro.
O sistema Nord Stream (01 e 02) fazia o abastecimento de gás da Rússia para a Alemanha.
No final de setembro, registaram-se explosões submarinas de alta potência que danificaram no Mar Báltico os gasodutos Nord Stream 01 e 02, que liga a Rússia à Alemanha, provocando fuga de metano.
Perante tal situação, as empresas de energia e governos europeus reforçaram a segurança em torno da infraestrutura energética.
Estes incidentes ocorreram na sequência da ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro passado, e a posterior aplicação de sanções aos russos -- nomeadamente sobre os produtos petrolíferos -- pelos países ocidentais.
A guerra na Ucrânia acentuou ainda mais a situação de crise energética em que a UE se encontrava, dada a dependência das importações dos combustíveis fósseis russos, nomeadamente do gás.