Madeira

Adesão à greve de 30 a 50% na recolha de lixo e limpeza urbana

Há trabalhadores solidários com esta paralisação mas não aderiram à greve devido à perda de rendimentos e o “rombo muito grande” que tal representa no seu salário, alerta Alexandre Fernandes

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A meio da manhã desta sexta-feira, dia de greve para os trabalhadores da administração pública, convocada pela Frente Comum, afecta à CGTP, o coordenador da União dos Sindicatos da Madeira (USAM) fazia um balanço à adesão à paralisação na Região.

Alexandre Fernandes apontava para 30 a 50% de adesão em diferentes autarquias e empresas públicas, no que toca à recolha de lixo e à limpeza urbana, áreas em que, conforme notou o sindicalista, a paragem já se fez notar no decorrer desta madrugada.

Em causa estão melhores salários e aumentos que permitam fazer face ao aumento do custo de vida, aspecto que tem deixado várias famílias, conforme notou, em situações muito complicadas do ponto de vista da gestão orçamental.

Nos últimos 10 anos, Alexandre Fernandes refere que os funcionários públicos perderam o equivalente a três salários e meio, o que se reflecte, reforça, na perda de poder de compra dos trabalhadores.

Greve dos enfermeiros sem grande expressão na Madeira

"Não será uma greve com grande expressão", disse o presidente do Sindicato de Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira sobre a greve da função pública convocada pela Frente Comum, afecta à CGTP.

Entre as reivindicações que levaram à paralisação esta sexta-feira está a luta por um valor mínimo do salário na função pública de 850 euros e um aumento imediato de 100 euros para todos os trabalhadores, independente da sua categoria profissional.

Esta madrugada, no Funchal, Alexandre Fernandes aponta uma adesão na ordem dos 50% nos trabalhadores ligados à recolha de lixo e de 30% na limpeza urbana. Em Câmara de Lobos, a adesão ronda, também, os 50% na remoção de lixo. Falando em “situações de grande adesão”, o coordenador da USAM diz que os números serão apurados ao longo do dia, ainda que não deixe de notar que muitos trabalhadores mostrarem-se solidários com esta paralisação e com os motivos que a orientam, mas dizem-se impedidos de aderir à greve devido à perda de rendimento que tal representa.

“Muitos trabalhadores, ao longo dos plenários que nós realizámos na semana, e mesmo nesta semana, manifestaram toda a solidariedade com os motivos da greve, mas fizeram-nos chegar que, infelizmente, neste momento não é possível fazer greve porque a perda de salário e a perda do subsídio de refeição deste dia, com o aumento do custo de vida, representa um rombo muito grande no seu salário”, frisou o sindicalista.