Mulheres em estreia e novamente sem árbitros portugueses
Stéphanie Frappart, Salima Mukansanga e Yoshimi Yamashita vão ser as primeiras mulheres num Mundial de futebol, num lote de 36 árbitros sem qualquer português na competição que arranca no domingo, no Qatar, e vai decorrer até 18 de dezembro.
As três árbitras destacam-se na lista de 119 elementos de arbitragem destacados para a competição (36 principais, 69 auxiliares e 24 videoárbitros), sobretudo a francesa Stéphanie Frappart, que, aos 38 anos, já dirigiu mais de 150 jogos masculinos -- inclusive da Liga dos Campeões, Liga Europa ou Supertaça Europeia -, além de ter estado no Euro2020 como quarto árbitro.
A japonesa Yoshimi Yamashita, de 36 anos, vai estrear-se em competições masculinas, enquanto a ruandesa Salima Mukansanga, com 34, dá sequência à experiência adquirida na Taça das Nações Africanas de 2022 (CAN2022).
Portugal ficou novamdente sem representante entre a elite dos árbitros, pelo segundo Mundial consecutivo, depois de Pedro Proença, atual presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, ter sido o último representante luso, em 2014, no Brasil, já depois de Olegário Benquerença ter estado em 2010, na África do Sul.
Antes, no Mundial do Japão/Coreia do Sul (2002) e em França (1998), esteve Vítor Pereira e, em Itália, em 1990, e no México, em 1986, a arbitragem portuguesa contou com Carlos Valente, depois de António Garrido ter estado no Argentina1978 e no Espanha1982.
Esta 'cronologia' inclui ainda o árbitro Saldanha Ribeiro no México1970 e Joaquim Campos no Inglaterra1966 e no Suécia1958, enquanto Vieira da Costa foi o pioneiro, no torneio organizado na Suíça, em 1954.
Haverá, porém, um juiz lusodescendente entre os nomeados, no caso o sul-africano Victor Gomes, de 39 anos, filho de pais madeirenses, e que será um dos seis africanos que vão dirigir jogos no Qatar.
Dos 36 árbitros principais que vão estar na fase final, que se realiza entre 20 de novembro e 18 de dezembro, apenas oito já estiveram num campeonato do mundo, nomeadamente no último, em 2018, na Rússia.
O neozelandês Matt Conger, o iraniano Alireza Fagahni, o polaco Szymon Marciniak, o mexicano César Ramos, o zambiano Janny Sikazwe, o francês Clément Turpin e o espanhol Antonio Mateu Lahoz participaram todos no Mundial2018, enquanto o gambiano Bakary Gassama é o único que esteve em 2014 e também em 2018.
França, Argentina, Brasil e Inglaterra são os países com mais representantes, cada um com dois árbitros principais, num plantel que inclui 11 juízes europeus (UEFA), sete sul-americanos (CONMEBOL), seis africanos (CAF), cinco asiáticos (AFC), cinco da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF), e dois da Oceânia (OFC).
O italiano Daniele Orsato, que completará 47 anos no quarto dia do Mundial (23 de novembro), é o mais velho entre os árbitros presentes, sendo que, apesar da larga experiência acumulada ao longo da carreira (quase 400 jogos), curiosamente só agora irá apitar num Campeonato do Mundo.
Em sentido inverso, o peruano Kevin Ortega é o mais jovem, com 30 anos, contando com pouco mais de três dezenas de partidas oficiais dirigidas na carreira.