Turquia medeia negociações para exportação de cereais e fertilizantes russos
A Turquia está a mediar negociações para permitir a exportação de cereais e fertilizantes russos através de portos Europeus da Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Estónia, disse hoje o ministro do Exterior turco, Mevüt Çavusoglu.
O chefe da diplomacia turca revelou satisfação por o acordo assinado em julho entre Kiev e Moscovo, para permitir a exportação segura de cereais ucranianos, ter sido prolongado por quatro meses, mas frisou que é preciso atender, também, às exigências de exportação da Rússia.
"Está na nossa agenda eliminar os obstáculos à exportação de cereais e fertilizantes [russos]. Faz parte do acordo de Istambul", disse Çavusoglu, em conferência de imprensa, em Ankara, por ocasião da visita do seu homólogo mexicano, Marcelo Ebrard.
Segundo o ministro, "ainda que estes produtos não estejam sujeitos a sanções, o seu transporte e pagamento estão", pelo que não tem havido progressos "especialmente em relação aos fertilizantes".
Çavusoglu explicou ainda que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, abordou este tema em conversações com as Nações Unidas, com o chefe da diplomacia norte-americana, Anthony Blinken, e com líderes europeus.
"Tivemos uma agenda preenchida para permitir o transporte de fertilizante [russo] desde o porto de Odessa e também de portos na Bélgica, Países Baixos, Alemanha e Estónia. Foram dados passos importantes e a Rússia está satisfeita, embora não tenham sido removidos todos os obstáculos", comentou o ministro do Exterior turco.
Mevüt Çavusoglu frisou, no entanto, que a mediação destas negociações não significa que a Turquia apoie o país liderado por Vladimir Putin.
"Se defendemos a Rússia? Não. Isto está no acordo e todos deveriam cumpri-lo", recordou.
O Kremlin assegurou hoje que recebeu garantias da ONU sobre o levantamento de obstáculos às exportações de cereais e fertilizantes russos antes de aceitar a extensão do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos.
O acordo negociado entre Kiev e Moscovo, com a mediação da Turquia e da ONU, termina no sábado, mas foi prolongado por mais quatro meses.