Putin exclui críticos da sua liderança do Conselho de Direitos Humanos do Kremlin
O Presidente russo, Vladimir Putin, afastou hoje do Conselho de Direitos Humanos ligado ao Kremlin vários ativistas considerados críticos da sua liderança, e substitui-os por figuras do seu círculo de confiança.
Putin assinou um decreto presidencial em que exclui deste órgão, entre outros, Igor Kaliapin, ex-chefe do Comité contra a Tortura, uma das mais respeitadas organizações de direitos humanos da Rússia, e o jornalista e historiador Nikolai Svanidze.
"Nas novas condições, há outras figuras que se tornam líderes da opinião pública", disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov, na sua conferência de imprensa diária.
Segundo Peskov, os novos membros do Conselho "podem representar melhor a sociedade civil".
Entretanto, figuras próximas do Kremlin (Presidência russa) foram incluídas no Conselho, como é o caso de membros da Frente Popular (liderada por Putin) e do movimento Free Donbass, professores universitários ou o correspondente de guerra do jornal Komsomolskaya Pravda, Alexander Kots, que ganhou popularidade durante a recente retirada russa da região ucraniana de Kherson.
Nos últimos anos, Putin manteve num nível mínimo a presença de ativistas da oposição no Conselho de Direitos Humanos, uma tendência que se agravou desde o início da invasão da Ucrânia por tropas russas, em 24 de fevereiro.
Na semana passada, o Presidente russo aprovou uma nova política estatal de defesa dos valores tradicionais contra a "ideologia ocidental destrutiva".
Putin considera que uma das vantagens do exílio de opositores e dissidentes desde o início da intervenção militar russa em solo ucraniano é a "purificação" da sociedade russa de pessoas que partilham valores ocidentais.