Turismo Madeira

"A semana de quatro dias é um tiro nos pés"

CEO do Grupo Pestana, José Theotónio, lamenta "segunda vergonha nacional"

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33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo aborda gestão em tempo de mudança

“A semana de quatro dias é um desastre, um tiro nos pés e a seguir a não se fazer o aeroporto de Lisboa é a segunda maior vergonha nacional”. Uma posição que acaba de ser assumida pelo CEO do Grupo Pestana, José Theotónio, durante a mesa-redonda do 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, subordinada ao tema ‘Gerir em Tempos de Mudança’.

O hoteleiro admite apenas o cenário “desde que as 40 horas sejam trabalhadas em quatro dias, o que implica flexibilização de toda a legislação laboral, o que até poderia ser positivo para algumas unidades hoteleira”. Contudo, “numa indústria que trabalha 365 dias por ano e 24 horas por dias, numa fase em que precisamos, no mundo inteiro, de um milhão e meio de trabalhadoes e 45 mil em Portugal”, acha impensável tamanha experiência

“Todos sentimos que há uma redução na qualidade de serviço por falta de trabalhadores e dificuldade em repor equipas e nesta fase do campeonato passar isto de cinco para quatro dias, mantendo a carga horária por dia em vez da semanal, é um desastre”, observou.

"Temos de estar todos contra este problema"

O projecto-piloto do governo socialista da semana de trabalho de quatro dias não colhe simpatia também junto do presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP). Francisco Calheiros garantiu que não faz qualquer sentido aplicar este modelo laboral numa altura de pleno emprego e em que as empresas enfrentam dificuldades na contratação.

Disse-o na sessão de abertura do 33.º Congresso lamentando mais um experimentalismo do executivo nacional. "Dizem que é apenas uma experiência, mas já sabemos como estas experiências acabam. Temos de estar todos contra este problema”, referiu, criticando que depois de assinado um acordo para o crescimento dos rendimentos, “a primeira coisa que querem fazer é passar para menos 20% de trabalho facultativo", criticou.