Sérvia impõe vistos para tunisinos e burundeses após pressão da UE
O Presidente sérvio anunciou hoje que o país impôs vistos aos cidadãos da Tunísia e do Burundi após críticas da UE, que acusa Belgrado de contribuir para o aumento da chegada de migrantes pela rota dos Balcãs.
Os países da União Europeia (UE) acusaram em outubro a Sérvia de constituir uma porta de entrada em direção à UE de migrantes turcos, indianos, cubanos e burundeses, que não necessitavam de visto para entrar na Sérvia.
O Presidente Aleksandar Vucic, que dirige o país dos Balcãs candidato à UE desde 2012, prometeu que "até ao final" de 2022 Belgrado vai adotar a política de vistos em vigor na UE, iniciando a revogação das dispensas concedidas a tunisinos, burundeses e indianos.
"Adotámos medidas no sentido de harmonizar a nossa política de vistos com as existentes na UE", declarou hoje Vucic. "Já não aplicamos um regime livre de vistos com a Tunísia (...) e com o Burundi".
"Em breve outros países serão sujeitos à mesma medida, porque devemos possuir o mesmo regime de vistos aplicado na UE", prosseguiu Vucic, sem precisar quais os países abrangidos.
O Presidente sérvio exprimia-se após uma reunião com o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e o chanceler austríaco Karl Nehammer, onde foi abordado o combate à imigração ilegal.
Nos primeiros dez meses de 2022, foram registadas cerca de 130.000 entradas ilegais na UE a partir da rota dos Balcãs ocidentais, o maior número desde o pico da crise migratória de 2015, indicam os dados da agência Frontex.
A rota dos Balcãs foi designadamente utilizada por sírios e afegãos, como sucedeu em 2021. No entanto, a Comissão Europeia detetou este ano um aumento da chegada de turcos, tunisinos, indianos, cubanos e burundeses através desta via.