Greve dos farmacêuticos com 93% de adesão na Madeira nos dois dias
A greve dos farmacêuticos do sector público registou uma adesão de 93% na Madeira, nos dois dias de luta destes profissionais.
Os números foram avançados ao DIÁRIO pelo presidente da direcção do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, que se congratulava, esta quarta-feira, pela adesão dos colegas madeirenses a esta jornada dupla de paralisação.
Destacando o facto de, na passada sexta-feira, ter sido assinado o acordo de empresa com o Serviço Regional de Saúde (SESARAM), Henrique Reguengos dizia esperar do Governo da República a "mesma abertura".
"Esta greve acontece com a adesão que está a ter também na Madeira não tanto por questões regionais ou por matérias que o Governo Regional tenha em mãos, mas sobretudo porque são matérias de nível nacional, que depois se reflectem, obviamente, na Madeira. Daí a adesão regional, quer aí, quer nos Açores, ser tão elevada como tem sido", salienta o sindicalista.
Este facto foi ontem apontado por Pedro Ramos, quando questionado pelos jornalistas sobre a adesão à greve dos farmacêuticos do sector público na Madeira, nesta que foi a segunda jornada dupla de paralisação, depois de um primeiro momento, a 25 e 26 de Outubro, quando, na Região, de acordo com o SESARAM, a greve conheceu uma adesão na ordem dos 73%.
O secretário regional de Saúde e Protecção Civil, sem adiantar números, referia que "o Serviço Regional de Saúde tem tido uma atitude completamente diferente em relação ao continente, com respeito pela dignidade de todos os profissionais que trabalham na área da saúde". Realçando que o novo acordo de empresa e contrato colectivo de trabalho permitiram integrar na carreira de especialista 10 novos farmacêuticos, o governante colocava a tónica na postura distinta do Governo Regional em relação às diferentes carreiras, por comparação com o que tem sido feito no todo nacional.
No período da manhã desta quarta-feira, segundo apurou o DIÁRIO, dos 27 profissionais escalados para o trabalho, apenas dois se apresentaram ao serviço. O DIÁRIO questionou o SESARAM a respeito destes números no início da tarde de hoje, mas, até ao momento, ainda não obteve qualquer resposta.
Segundo revelam alguns profissionais, terão sido impedidos pela Administração do SESARAM de afixar, em diferentes locais onde os farmacêuticos prestam serviço, informação relativa à greve, de modo a dar conta do motivo dos constrangimentos aos utentes e aos demais profissionais. O DIÁRIO procurou, também, esclarecer esta situação junto do SESARAM, mas sem sucesso até ao momento.