Teófilo Cunha agradado com ideia de abrir na Madeira um curso na área do mar
Foi na abertura do seminário sobre lixo marinho, que decorreu na Universidade da Madeira, que o reitor lançou a ideia daquele estabelecimento de ensino superior avançar com um ciclo de estudos na área do mar
O Secretário Regional do Mar e Pescas mostrou-se “bastante satisfeito” e “entusiasmado” com a popssibilidade de a Universidade da Madeira (UMa) avançar com um ciclo de estudos dedicado ao mar.
“É uma excelente ideia. Um projecto que faz todo o sentido e que nós teremos todo o interesse e vontade que seja concretizado”, disse Teófilo Cunha aos jornalistas, referindo-se à vontade manifestada pelo reitor da UMa, Sílvio Moreira Fernandes, de abrir, a curto prazo, uma licenciatura na área do mar, e depois, a exemplo do que foi feito na área do Turismo, completar esse ciclo de estudos com mestrados e um doutoramento.
“Nos últimos anos tem sido feito um trabalho notável ao nível da investigação, por várias entidades como o MARE Madeira, o Museu de História Natural do Funchal, a Estação de Biologia Marinha do Funchal e pela própria Direcção Regional do Mar. Temos um enorme potencial, um imenso património e temos que saber aproveitá-lo”, referiu o secretário regional, à margem do seminário ‘Pressões Humanas no Mar Profundo da Madeira’, um evento organizado pela Direcção Regional do Mar, que serviu para assinalar o Dia Nacional do Mar e revelar as primeiras conclusões do Projecto DEEP-ML.
O estudo, que começou com a Direcção Regional de Ambiente e Alterações Climáticas e está a ser liderado pela Direcção Regional do Mar, incidiu na promoção do conhecimento sobre as quantidades, distribuição espacial e composição do lixo-marinho na costa Sul da ilha da Madeira, do litoral às grandes profundidades.
Os primeiros dados apurados, sintetizou Mafalda Freitas, indicam que 46% do lixo identificado são itens ou fragmentos de vidro ou cerâmica. “São maioritariamente garrafas, azulejos e outros materiais de construção”, pormenorizou a directora regional do Mar, acrescentando que do restante material encontrado, perto de 36% foram plásticos: linhas de pesca, sacos, cabos de embarcações e redes de pesca. “Entre os vários locais inspecionados, a zona em frente ao Garajau, com maior proximidade ao centro urbano do Funchal, às suas infraestruturas e às três ribeiras que desaguam na baía, foi aquela com maior densidade de lixo, com prevalência do material de construção, seguido dos vidros e das linhas de pesca”, apontou.
A investigação, mereceu elogios de Teófilo Cunha, que caracterizou de "um trabalho importante, pioneiro na Madeira, que nos vai ajudar a entender melhor o nosso impacto e as formas de pressão que temos exercido no Mar”, disse, lembrando que “só conhecendo e compreendo é que é possível preservar e adoptar práticas mais sustentáveis”.
O mar, concluiu o secretário regional, representou no ano passado à volta de 22 milhões de euros no sector das pescas e da aquacultura. “Um valor que este ano será ultrapassado, e que se junta à receita gerada pelas actividades marítimo-turísticas, e pela importância que, enquanto cartaz, tem no Turismo, o nosso motor económico.”