Biden pede ao Congresso mais 36,3 mil milhões de euros em ajuda de emergência para Kiev
O Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu ao Congresso 37,7 mil milhões de dólares (36,3 mil milhões de euros) em ajuda de emergência para a Ucrânia, num momento em que Moscovo sofre perdas no campo de batalha.
O pedido de financiamento da administração liderada por Biden, que ocorre quando os congressistas iniciam a sua sessão pós-eleitoral, também solicita 9,25 mil milhões de dólares (8,9 mil milhões de euros) para a pandemia da doença covid-19, para o país se preparar para um possível surto no inverno.
Os fundos do executivo norte-americano expiram em meados de dezembro, e a ajuda para a Ucrânia e para a covid-19 faria parte do pacote para financiar o Governo até ao final de setembro de 2023.
O pedido de uma quantia tão considerável de dinheiro para a Ucrânia ocorre quando o Partido Republicano está prestes a assumir o controlo da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano) após as eleições intercalares da semana passada.
O líder Republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, alertou que os Republicanos não apoiariam a emissão de um "cheque em branco" para a Ucrânia se obtivessem a maioria.
Shalanda Young, diretora do Escritório de Administração e Orçamento da Casa Branca, disse que mais de três quartos dos 40 mil milhões de dólares (38,6 mil milhões de euros) aprovados pelo Congresso no início deste ano para a Ucrânia já foram desembolsados ou comprometidos.
"Juntos, com forte apoio bipartidário no Congresso, fornecemos assistência significativa que foi fundamental para o sucesso da Ucrânia no campo de batalha -- e não podemos deixar esse apoio secar", disse Young, numa carta enviada à atual presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.