Pentágono vai investigar queda de mísseis russos em território da NATO
O Pentágono disse hoje que ainda precisa de corroborar os relatos de mísseis que terão caído na Polónia, país membro da NATO, e reiterou intenção de defender "cada centímetro" de território aliado.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que o Departamento de Defesa ainda está a analisar os dados que chegam, não querendo entrar em especulações sobre o que realmente aconteceu na Polónia, após notícias de que mísseis russos teriam atingido a Polónia.
Ainda assim, durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do Pentágono reiterou a mensagem transmitida pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, que prometeu defender o território dos países da NATO.
"Quando se trata dos nossos compromissos de segurança e do artigo 5.º, queremos deixar claro que defenderemos cada centímetro do território da NATO", assegurou
Um alto funcionário dos serviços de informações dos Estados Unidos disse hoje que mísseis russos caíram na Polónia, país membro da NATO, incidente que causou a morte a duas pessoas.
O porta-voz do Governo polaco, Piotr Mueller, não confirmou imediatamente esta informação, mas referiu que os principais líderes estavam a realizar uma reunião de emergência devido a uma "situação de crise", noticiou a agência Associated Press (AP).
De acordo com órgãos de comunicação polacos, duas pessoas morreram hoje à tarde, depois de um projétil ter atingido uma zona agrícola em Przewodów, uma vila polaca perto da fronteira com a Ucrânia.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu, em março passado, à Polónia que o artigo 5.º do tratado da NATO - que estipula que um ataque a um país membro é um ataque a todos - constitui "um dever sagrado" para os Estados Unidos.
Biden deu essa garantia num encontro com o presidente polaco, Andrzej Duda, cujo país teme a agressividade de Moscovo, após a Rússia ter invadido a Ucrânia.
Joe Biden disse igualmente que o presidente russo, Vladimir Putin, "contava com uma NATO dividida", mas que essa divisão não se verificou.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.