Calado diz que PSP é "incapaz de fazer mais e melhor" por falta de meios
O presidente da Câmara do Funchal diz ser expectável "algum acréscimo de alguma indisciplina" face às dificuldades económicas
Foi à margem da apresentação do Orçamento da Câmara Municipal do Funchal para 2023 que Pedro Calado, questionado pelos jornalistas abordou a questão da insegurança que se vive em algumas zonas da cidade do Funchal.
Embora garanta que a capital madeirense continua a ser uma cidade segura, o presidente da Câmara nota que os meios da PSP são insuficientes para conseguirem fazer "mais e melhor", numa altura em que diz ser expectável "algum acréscimo de alguma indisciplina" face às dificuldades económicas por que podem passar as famílias.
"Com as dificuldades económicas, sabíamos que haveria tendência para haver algum acréscimo de alguma indisciplina", constatou o autarca, salientando que "a Polícia de Segurança Pública, aqui no Funchal, tem feito um trabalho muito positivo, um trabalho de muito acompanhamento, mas nós reconhecemos que, por muito que eles queiram fazer, são incapazes de fazer mais e melhor, porque não têm meios".
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No seu entender, opinião que já fez saber ao ministro da Administração Interna, uma cidade como o Funchal "merecia um reforço de meios e de efectivos", deixando claro que "o que está previsto até Dezembro de 2023 não é suficiente para fazer face ao número de saídas e de efectivos que se vão aposentar".
Pedro Calado reforça a necessidade de "um reforço de meios no terreno", insistindo na ideia de que, na Madeira, podiam ser atribuídas competências semelhantes à Guarda Nacional Republicana (GNR) no que respeita à fiscalização e patrulhamento das ruas, tal como acontece no continente. Além disso, o presidente da Câmara do Funchal esclarece que, quando há poucos dias indicou o Exército para desempenhar essas funções, referia-se a uma "Exército desarmado", algo que, conforme lembrou, já foi feito no passado pela Polícia do Exército, em complemento do trabalho feito pela PSP.
Neste momento, ou são reforça essa competências, ou são criadas condições "para que haja, com outros meios, uma maior segurança nas ruas do Funchal".
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Sofre o facto de Miguel Albuquerque ter classificado de hipérbole as palavras de Pedro Calado, quando pedia a vinda do Exército para a rua, o presidente da Câmara do Funchal reafirma que falou "a sério". "Penso que fui muito claro naquilo que eu disse", adiantando que não costuma "dizer coisas a brincar, julgo que falei e a sério".