UE lança missão militar para formar até 15 mil efectivos das forças ucranianas
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) decidiram hoje, numa reunião em Bruxelas, lançar uma missão de assistência militar para apoiar até 15 mil efetivos das Forças Armadas da Ucrânia, dada a invasão russa do país.
"O Conselho lançou a Missão de Assistência Militar da UE para apoiar a Ucrânia na guerra de agressão em curso e dar formação a até 15.000 efetivos das Forças Armadas ucranianas", anunciou a Presidência checa do Conselho da UE, numa publicação na rede social Twitter.
No dia em que os chefes da diplomacia da UE se reúnem em Bruxelas, a presidência semestral rotativa assumida pela República Checa acrescenta que "a decisão entra em vigor aquando da sua publicação no Jornal Oficial".
Proposta em agosto passado pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, a pedido das forças ucranianas, esta missão tem como objetivo treinar, em solo da UE -- designadamente na Alemanha e na Polónia --, cerca de 15 mil militares ucranianos.
A missão de formação integrará militares portugueses, tal como revelou o ministro português da tutela, João Gomes Cravinho, na reunião de chefes de diplomacia da UE em outubro, na qual a missão foi acordada.
Terá um mandato inicial de dois anos e um orçamento de mais de 100 milhões de euros.
A decisão foi adotada hoje pelos 27 num Conselho de Negócios Estrangeiros que englobará, na terça-feira, uma reunião ao nível de ministros da Defesa da UE, na qual será também discutida a missão de treino da UE ao exército ucraniano.
Depois da reunião de hoje, o Conselho de Negócios Estrangeiros da UE terá uma segunda sessão na terça-feira, mas na vertente de Defesa, na qual os ministros titulares desta pasta -- entre os quais a ministra Helena Carreiras -- discutirão também a situação na Ucrânia, e na qual participará o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).