Reencontro improvável
Quando dois jovens que voaram no Andorinha se cruzam nos bastidores do Jamor também há Taça!
Boa noite!
No dia em que João Manuel Pinto voltou ao estádio em que já ergueu a Taça, Machico saiu da competição onde deixa marcas, mas permitiu um reencontro festivo no explosivo mundo do futebol que por vezes cultiva mais o ódio do que a camaradagem, os fanatismos em vez dos altruísmos e as inimizades que se sobrepõem à gratidão.
Jogaram no Andorinha e com o emblema que Cristiano Ronaldo também usou ao peito disputaram um inesquecível torneio internacional da Pontinha. Lembro-me de terem sido copiosamente goleados frente aos colossos do futebol, apesar de terem entrando para história. Tudo graças a Leo que num fulminante pontapé de meio-campo acabou com um recorde do imbatível guarda-redes do Real Madrid.
Tinham então tenra idade o extremo e o defesa-esquerdo e porventura nenhum sonharia com grandes palcos, apesar do talento notório de um e a destemida generosidade de outro.
Hoje cruzaram-se no Jamor. Leo joga na Associação Desportiva de Machico. João Ricardo é ‘team manager’ da B SAD. Tentam ser felizes na carreira que abraçaram. Um como futebolista. Outro como gestor desportivo. Nenhum foi convocado para o Mundial, pois ambos estão focados nos clubes que representam! Nenhum foi eleito o homem do jogo, mas ambos reencontraram-se, porventura 10 anos depois dessa ‘Champions’ memorável. Nenhum terá direito a primeira página nos jornais de amanhã, mas ambos têm um cantinho nesta saudação e no meu coração.
Isto no dia em que Fernando Santos leva para o Mundial 26 dos 55 jogadores que tinha debaixo de olho. Não leva ninguém do Sporting, do Marítimo e do Nacional. Não leva Rafa, Pote e Moutinho. E pelos vistos não leva, para já, o entusiasmo de outrora sempre que a malta vestia o traje a rigor rumo ao avião da esperança.