Desafios e Oportunidades do Catar 2022
No dia 20 de novembro, inicia-se, pela primeira vez, no Médio Oriente, a 22º edição do Campeonato do Mundo de Futebol. Em 2010, o Comité Executivo da FIFA elegeu o Catar como anfitrião. O país peninsular árabe é alvo de críticas sem precedentes, uma forte contestação global por motivos heterogéneos, tais como violação dos direitos humanos, intolerância perante a comunidade LGBT, altas emissões de dióxido de carbono, entre outras considerações. Após a nomeação, transfigurou-se num autor geopolítico significativo.
Este Mundial é constituído por muitas particularidades. Uma é o facto de oito estádios restringirem-se a cinco cidades, com um distanciamento máximo de 55 quilómetros entre os recintos. Outra é desenrolar-se durante os meses de novembro e dezembro, um ajuste para mitigar a repercussão das altas temperaturas do país durante o período típico de verão do evento, com a finalidade de certificar temperaturas amenas num país com um clima desértico e temperaturas médias vigorosas. Do mesmo modo é assinalável que os portadores de ingressos podem viajar gratuitamente nos transportes públicos no decurso do torneio, modo de conter os deslocamentos individuais e as emissões de carbono.
No que respeita às infraestruturas desportivas, foram construídas com recurso a estruturas desmontáveis, contudo, pela primeira vez, esta competição dispõe de um estádio também totalmente desmontável. É de referir que a maioria dos centros de treino remodelados e construídos beneficiarão os clubes e as comunidades locais após a competição. Aliás, a organização tenciona obsequiar as arquibancadas desmontáveis a países com escassas sustentações desportivas e os estádios são vias para a reestruturação urbana. Outra novidade centra-se no espetáculo desportivo e na perspetiva do adepto, a viabilidade de presenciar num só dia mais do que um jogo, tornando a experiência emocional mais sedutora.
Também fica assinalado pelo capital vultoso, superior a 220 mil milhões de euros, próprios para a transformação e modernização da mobilidade urbana, crescimento da indústria do turismo, entre outros domínios. Exemplos específicos são estabelecimentos de ensino, estradas, hotéis, linhas de metro, zonas comerciais, estruturas hospitalares e desportivas. Porém, o país empregou trabalhadores estrangeiros para o efeito.
Constituintes vitais a ter em conta são a aprovação e adesão dos residentes, visto que são confrontados com as consideráveis mudanças que afetam a qualidade de vida pessoal e comunitária. Os moradores locais têm uma impetuosa influência, pois a concordância e a cooperação são cruciais para um evento próspero. De acordo com um estudo de 2014, os impactos socioculturais foram o tipo de impacto mais atuante na visão da população, indício teórico que os benefícios podem suplantar as desvantagens.
Relativamente à gestão de meios e materiais, ela inclui sistematizar as dinâmicas dos visitantes esperados durante o período competitivo, tal como os recursos humanos e físicos, o que é um desafio árduo. O planeamento dos transportes também é vital para o sucesso da competição, devendo acomodar uma enorme carga, transportando o staff das seleções nacionais, espetadores, funcionários e voluntários. A atmosfera concebida é cativante para os adeptos e delegações. A logística é compacta, as necessidades de voos internos são nulas, as comitivas ficam hospedadas nos alojamentos correspondentes do primeiro ao último dia. Circunstâncias que propiciam agregar o foco na preparação e recuperação das equipas, gerando deslocações breves até aos estádios, beneficiando também da hospitalidade local.
Os Megaeventos desportivos são operações de grande proporção, que visam promover impactos socioeconómicos, socioculturais, físicos, políticos e desportivos. O torneio torna-se uma oportunidade de suprimir preconceitos e modificar determinados direitos laborais, assim como lutar pela igualdade de oportunidades no desporto, fazer prosperar o desporto feminino, ampliar a participação desportiva ativa, de forma a promover a prática desportiva democrática.
Sumariamente, este projeto, revitaliza e renova o urbanismo, a mentalidade e a atividade no país anfitrião. O desporto tornou-se um pilar da estratégia nacional a fim de aumentar a atividade económica, instalações físicas aprimoradas, oportunidades sociais, culturais e políticas. O promissor legado futebolístico é uma oportunidade única para uma maior autenticação internacional. Além do mais, viabiliza o aprimoramento do treino desportivo e a aproximação da excelência nas competições internacionais, pois evidencia um reconhecimento do enorme potencial desportivo do Catar.