Bruxelas pede mais investimentos na UE em cibersegurança perante ataques russos
A Comissão Europeia exortou hoje os Estados-membros da União Europeia (UE) a investirem mais em capacidades de defesa cibernética, utilizando verbas comunitárias, após os recentes ciberataques russos a infraestruturas essenciais, como energéticas, na sequência da invasão russa da Ucrânia.
"Hoje, a Comissão e o Alto Representante apresentaram uma comunicação conjunta sobre uma política de defesa cibernética da UE e um plano de ação sobre mobilidade militar para fazer face à deterioração do ambiente de segurança na sequência da agressão da Rússia contra a Ucrânia e para reforçar a capacidade da UE para proteger os seus cidadãos e infraestruturas", anuncia a instituição numa informação enviada à comunicação social.
Em concreto, Bruxelas pede que, no âmbito da nova política de defesa cibernética, a UE consiga "reforçar a cooperação e os investimentos em defesa cibernética para melhor proteger, detetar, dissuadir, e defender contra um número crescente de ataques cibernéticos".
O executivo comunitário exorta, assim, os Estados-membros a "investir em capacidades de defesa cibernética", devendo assim "aumentar significativamente os investimentos em modernas capacidades de defesa cibernética militar de uma forma colaborativa, utilizando as plataformas de cooperação e mecanismos de financiamento disponíveis a nível da UE".
"O espaço cibernético não tem fronteiras. Os recentes ciberataques a redes de energia, infraestruturas de transporte e bens espaciais mostram os riscos que representam tanto para os atores civis como militares e isto exige mais ação para proteger os cidadãos, as Forças Armadas, bem como as missões e operações civis e militares da UE, contra as ameaças cibernéticas", argumenta a Comissão Europeia.
A Política de Defesa Cibernética da UE tem como objetivo reforçar as capacidades europeias e reforçar a coordenação e cooperação entre as comunidades cibernéticas militares e civis, melhorando a gestão eficiente de eventuais crises e reduzindo as dependências estratégicas em tecnologias cibernéticas críticas.
Caberá agora à Comissão Europeia e ao Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança Comum, Josep Borrell, apresentar um relatório anual ao Conselho para acompanhar e avaliar o progresso da implementação das ações após a comunicação hoje divulgada.
Também hoje, o executivo comunitário apresentou um plano de ação sobre mobilidade militar para ajudar as Forças Armadas europeias a responder melhor, mais rapidamente e a uma escala suficiente às situações de crise nas fronteiras externas da UE e mais além, facilitando para tal a deslocação de tropas e o respetivo equipamento.