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“O “segredo” mais bem guardado do preço do gás na Madeira

No final da semana passada uma garrafa de gás butano de 13kg custava na Madeira mais 11€ que nos Açores. Mais de 60%, ainda que a distância à costa portuguesa seja maior, quando comparado com a Madeira. Eis os preços: uma garrafa de gás custa 18,30€ nos Açores e 29,35€ na Madeira.

Ontem, procurando respostas para essa diferença de preços, o Presidente do Governo Miguel Albuquerque ficou em silêncio; o Secretário Regional da Economia, Rui Barreto silencia o negócio; os deputados do PSD desviam as atenções; os órgãos de comunicação social impressa (exceto o JM) reduzem o assunto à insignificância de uma nota de rodapé; e ninguém ousa explicar as razões objetivas da diferença de preço da botija de gás?

Perguntamos, a que se deve tamanho silêncio ou omissão sobre as verdadeiras razões do preço do gás? Quem estará por detrás do negócio e desta fonte de energia na Madeira e no Porto Santo?

Questionando Miguel Albuquerque, sobre a razão de pagarmos mais 11€ numa botija que nos Açores, o Presidente do Governo aborda genericamente que os custos se devem à subida dos preços no mercado do gás na Europa (como se os Açores não fossem atingidos pela mesma crise e pelo mesmo preço de mercado, estando a mais de 500 km de distância do centro abastecedor).

Questionando o Secretário Regional de Economia, Rui Barreto, sobre a diferença de 11 €, este responde que a garrafa de gás custa menos 7,9€ que no Continente, mas deixa de fora “malandrecamente” os Açores, e refere que para o ano haverão 20€ de apoio, mas apenas para as atuais 700 famílias beneficiárias do gás solidário.

Questionados, os deputados do PSD, vem novamente a explicação do programa do gás solidário, mas ninguém ousa tocar nas razões técnicas, materiais e logísticas da diferença gritante de preço, entre as duas regiões autónomas.

Parece haver um segredo muito bem guardado, um tema tabu, inquestionável. Ninguém ousa tocar no assunto. Escarafunchar e investigar, fazer serviço público, impõe-se!

Curiosamente, perante tamanhos silêncios cúmplices, e graças às redes sociais que ajudam à democratização da informação, ontem dois órgãos de comunicação social do Continente entraram em contato connosco, a fim de analisar e estudar o assunto. Chama-se a isso interesse público.

Defenderei e protegerei, sempre, os interesses económicos dos consumidores e lutarei contra o elevado custo de vida na Região.

Em tempos o presidente da ACIF falou em oligopólio concertado, e parece-nos ser útil esclarecer aos madeirenses que sectores vitais para a Economia da Região possam estar única e exclusivamente dependentes de uma Companhia Logística de Combustíveis da Madeira. S.A – CLCM. Uma regulação ao setor, ao nível nacional e acima de tudo regional trará certamente ganhos significativos para as famílias e para as empresas regionais.