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É sempre possível melhorar, a Saúde não tem preço

A pandemia e a guerra voltam a evidenciar uma Europa com muitas fragilidades e dependências

A Cimeira Mundial da Saúde que se realizou entre 16 e 18 de outubro em Berlim, reuniu os principais responsáveis mundiais pela saúde e de outras áreas sociais com o objetivo de debater em conjunto os diferentes problemas globais. Foram selecionadas sete grandes temáticas nomeadamente o investimento para a saúde e bem-estar, as mudanças climáticas e saúde planetária, a arquitetura para combater pandemias, a transformação digital na saúde, os sistemas alimentares e saúde, a resiliência e o equipamento dos sistemas de saúde e a saúde global para a paz.

O evento ocorreu num momento particularmente atípico, quando o continente europeu enfrenta uma guerra devastadora de efeitos diversos, com consequências imprevisíveis, tendo ainda como pano de fundo o controle dos efeitos da pandemia originada pela COVID 19, que deixou sequelas na população e colocou desafios para o futuro nos sistemas de saúde, onde mais uma vez a capacidade de reorganização e a resiliência dos serviços e dos profissionais foram determinantes.

A pandemia e a guerra voltam a evidenciar uma Europa com muitas fragilidades e dependências onde o setor da saúde e o da energia têm de superar constrangimentos de forma a encontrar soluções estáveis que aprofundem a confiança e criem sinergias que se adequem às necessidades dos cidadãos.

As várias iniciativas no setor da saúde assentam numa matriz comum proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS), colocar o cidadão no centro do sistema e a saúde ocupar o topo das prioridades governativas. Para granjear este desiderato qualquer sistema de saúde deve assentar numa adequada política de reforço e gestão dos seus recursos humanos constituindo um pilar fundamental para o bom funcionamento e suporte dos serviços, de forma a garantir respostas eficientes em tempo útil e de proximidade aos cidadãos.

No topo da pirâmide esta cimeira colocou a urgente necessidade de os líderes mundiais investirem de forma sustentável e equitativa na saúde e bem-estar das pessoas de modo a garantir uma distribuição global e equilibrada dos resultados em saúde.

Já no final da última década a Comissão Europeia no relatório sobre os perfis dos sistemas de saúde em mais de 25 países, exibia nas principais conclusões a necessidade de envolver ativamente os profissionais de saúde no processo de esclarecimento e motivação das pessoas, particularmente para a vacinação de forma a minimizar os riscos que a ausência de um plano de vacinação acarreta para a saúde pública. Nesse mesmo documento alerta-se para os impactos positivos que a transformação digital pode ter na promoção da saúde e na prevenção da doença, salienta os obstáculos que muitos cidadãos têm na acessibilidade aos cuidados de saúde com qualidade e segurança. É também relevante a referência à mais-valia que representa no setor da Saúde a combinação de competências e a transferência de funções principalmente para os profissionais de enfermagem e farmacêuticos num processo com grande potencial de desenvolvimento. Por último, chama a atenção para a estreita cooperação e as vantagens que daí advém para os estados-membros, na aquisição comum de medicamentos e equipamentos no combate às doenças, como aconteceu recentemente na aquisição da vacina contra a COVID 19 durante o período pandémico.