Novos livros de Tordo, Djaimilia e Bruno Vieira Amaral nas novidades de Novembro
A obra "Uma pequena vida", de Hanya Yanagihara, um romance da Rússia contemporânea que é finalista do Prémio Goncourt e novos livros de Bruno Vieira Amaral, João Tordo e Djaimilia Pereira de Almeida, são algumas novidades editoriais de novembro.
No mês em que começa a chegar às livrarias o primeiro de dois novos romances do escritor norte-americano Cormac McCarthy, "O Passageiro", a que se seguirá "Stella Maris", que rompe um silêncio de 16 anos do autor, a Relógio d'Água vai também publicar o mais recente romance de Maggie O'Farrell, "O Retrato de Casamento", baseado na vida de Lucrécia de Médici.
A Relógio d'Água vai também editar a "Obra Poética" de José Afonso, dois novos livros das autoras portuguesas Ana Teresa Pereira e Djaimilia Pereira de Almeida, respetivamente, "O que não compreendo é a música" e "Ferry", e um novo romance biográfico de Cristina Carvalho sobre o poeta irlandês W. B. Yeats.
Uma compilação dos artigos de Javier Marias, intitulada "Será o cozinheiro boa pessoa?", e as entrevistas de Nick Cave ao jornalista Sean O'Hagan, sobre os mais diversos temas, reunidas sob o nome "Fé, Esperança e Carnificina", são outras novidades da editora, que vai publicar mais um livro de Ocean Vuong, "O tempo é uma mãe", e trazer para Portugal o segundo volume da trilogia de ficção científica do chinês Liu Cixin, com "A floresta sombria".
Outra novidade deste mês é o romance "Uma pequena vida", da escritora norte-americana Hanya Yanagihara, lançado nos Estados Unidos em 2015, entre prémios e polémicas, e que por cá será publicado pela Editorial Presença.
O romance foi finalista do Prémio Booker, do Prémio Baileys for Women's Fiction, do National Book Award For Fiction norte-americano e venceu o prémio de Livro de Ficção do Ano do British Book Awards, mas da mesma forma que foi distinguido e elogiado por alguma crítica especializada, foi também contestado por outra, que considerou, nomeadamente, injustificável o sofrimento patente na obra.
A Companhia das Letras vai lançar um novo 'thriller' de João Tordo, "Cem anos de perdão", uma sequela de "Águas passadas", a Alfaguara publica pela primeira vez em Portugal o romance de estreia de Javier Marias, "Os domínios do lobo", no 50.º aniversário da sua publicação original, e a Objetiva vai editar "Surrender", de Bono, as memórias do ativista, artista e vocalista dos U2.
Ainda no âmbito do grupo editorial Penguin Random House, a Cavalo de Ferro traz um novo romance da escritora Ludmila Ulitskaya, "Medeia e os seus filhos" (traduzido do russo por Larysa Shotropa), no qual "passado e presente, as memórias da Revolução Russa, de duas guerras mundiais, e da morte dos seus pais e do seu próprio casamento entrelaçam-se numa dramática saga familiar, que compõe o retrato da vida na União Soviética durante o século XX".
A mesma editora publica "O outro nome, Septologia I-II", de Jon Fosse, um ano depois da publicação de "Trilogia", considerado pela crítica nacional dos melhores livros de 2021, ao passo que a Elsinore vai lançar o romance "O Pescoço da Girafa", de Judith Shalansky, de quem anteriormente publicou "Inventário de algumas perdas", vencedor e finalista de vários prémios literários.
Neste mês, chega também às livrarias um dos quatro finalistas do Prémio Goncourt deste ano, "O mago do Kremlin", editado pela Gradiva, um romance da Rússia contemporânea, que aborda acontecimentos como a guerra na Chechénia, a crise ucraniana e os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, revelando os bastidores da política da era Putin.
Já a Bertrand vai lançar títulos de Jeffrey Archer, "Só por cima do meu cadáver", de John Grisham, "A lista do juiz", e de Stephen King, "Billy Summers", obra "que se inscreve já como um dos melhores de sempre deste prolífico autor e que tem recebido as melhores críticas da imprensa internacional".
Do mesmo grupo editorial, a chancela Quetzal vai publicar "Metamorfose necessária", de José Tolentino Mendonça, e um novo livro de Bruno Vieira Amaral, "O Segundo Coração", um conjunto de textos "sobre o passado, não como peças expostas num museu, mas como um vulcão: algo muito antigo e adormecido que, num instante, regressa à vida e ao presente".
Nas novidades da Porto Editora, destaque para "A aranha", novo livro da dupla Lars Kepler, e "A Viúva", de José Saramago, primeiro livro do escritor, a quem foi imposta, na altura, como condição de publicação, a mudança do título para "Terra do Pecado".
A obra será agora republicada, com o título original e com a caligrafia da filha Violante Saramago Matos, exatamente no dia do aniversário do autor (16 de novembro), e no âmbito do encerramento do centenário do nascimento do único Prémio Nobel de Literatura de língua portuguesa.
Das novidades do grupo Almedina para este mês constam a publicação, nas Edições 70, de "Vida e Andanças de Alexis Zorbás", de Nikos Kazantzakis, romance original de 1946, que serviu de ponto de partida para o filme "Zorba, o Grego".
Ainda na mesma chancela sairão "Lágrimas e Santos", do escritor e filósofo romeno Emil Cioran, "Amazonas da Mossad - As Extraordinárias Mulheres nos Serviços Secretos Israelitas", de Michael Bar-Zohar e Nissim Mishal, e "Contra o Gelo - Uma História de Sobrevivência no Ártico", de Ejnar Mikkelsen.
A chancela Minotauro vai editar as obras completas de Augusto Abelaira, começando este mês com "A Cidade das Flores", e vai publicar a biografia da primeira mulher a dirigir um jornal em Portugal, "Antónia Pusich - Uma Mulher Invulgar", de Maria de Lurdes Caldas.
A editora Guerra e Paz lança um ensaio do economista e filósofo austríaco F.A. Hayek intitulado "Arrogância Fatal -- Os Erros do Socialismo", e publicará também "Uma Temporada no Inferno", a obra-prima do poeta francês Arthur Rimbaud - e a sua única obra publicada em vida -, numa tradução de João Moita.
Pela Antígona, chega Dany Laferrière em "dose dupla", com "O grito dos pássaros loucos", um romance sobre a condição do exilado e o desenraizamento de homens vítimas de homens, e "Como fazer amor com um negro sem se cansar", uma sátira feroz aos estereótipos racistas, que foi adaptada ao cinema por Jacques Benoît, em 1989.
Entre as novidades da Tinta-da-China para novembro, inclui-se um livro de António Araújo, intitulado "O mais sacana possível", dedicado à famosa revista Almanaque, lançada em finais de 1959 (até 1961) por Cardoso Pires e que contou com as participações de nomes como Sttau Monteiro, Alexandre O'Neil, Augusto Abelaira, Baptista Bastos, Vasco Pulido Valente e José Cutileiro, e com o grafismo de Sebastião Rodrigues.