Uma mulher morreu soterrada e cerca de 260 pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas que caíram nas últimas horas na província de Colón, no Caribe do Panamá, associadas à tempestade tropical Júlia, segundo a Proteção Civil.

Segundo o diretor do Sistema Nacional de Proteção Civil (Sinaproc), Carlos Rumbo, a única vítima registada até agora ficou soterrada na sua residência devido a um deslizamento de terras ocorrido sexta-feira à noite no setor Villa de los Ángeles-Cristóbal de Colón.

Vários países da América Central estavam hoje em estado de alerta com a aproximação da tempestade tropical Júlia, que ameaça passar a furacão sobre o mar das Caraíbas antes de atingir a Nicarágua, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC, na sigla em inglês) e as autoridades locais.

"A previsão é que Júlia se torne um furacão ainda hoje. Um alerta de furacão está em vigor para partes da costa da Nicarágua e as ilhas Providence e San Andrés", disse a NHC em comunicado.

As chuvas no fim de semana podem causar "inundações repentinas e deslizamentos de terra" potencialmente mortais na América Central, alertou ainda o NHC.

Segundo o Instituto Colombiano de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais, a tempestade tropical ocorreu às 18:30 TMG (19:30 em Lisboa) a 195 quilómetros de San Andrés e a 180 quilómetros de Providence, ilha que completa com Santa Catalina um arquipélago colombiano de aproximadamente 48.000 habitantes.

O Presidente colombiano Gustavo Petro declarou "alerta máximo" em San Andrés.

A tempestade avança a uma velocidade de cerca de 30 quilómetros horários, com ventos sustentados de 93 quilómetros horários, segundo o instituto colombiano.

O Sistema Nacional de Prevenção de Desastres da Nicarágua colocou hoje todo o país em 'alerta amarelo' e ativou unidades de resgate.

O governo nicaraguense aconselhou os moradores a protegerem as suas casas e a estarem prontos "para abandonarem as residências e se abrigarem, se necessário".

Na Guatemala, o Presidente Alejandro Giammatei anunciou na rede social Twitter que pediu às instituições que estejam prontas para ajudar e apoiar os guatemaltecos que possam ser afetados.

Vinte e dois departamentos deste país, onde 60% da população vive na pobreza, foram colocados em 'alerta vermelho' pelos serviços de proteção civil da Guatemala (Conred), com a aproximação da tempestade, que também pode afetar Honduras e El Salvador.