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ONG critica apoio de Sergio Moro a Jair Bolsonaro

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A organização não-governamental (ONG) Transparency International criticou hoje as razões que levaram ao apoio do antigo juiz Sergio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol à reeleição do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

"Embora ambos sejam livres de apoiar publicamente o seu candidato preferido na próxima votação de segunda volta, associar o Presidente Bolsonaro à luta contra a corrupção é profundamente enganador. É também um imenso desserviço para a causa", indicou em comunicado a ONG.

"Em busca de favores políticos e de poder incontrolado, a administração Bolsonaro recrutou alguns dos atores mais corruptos da política brasileira para a administração pública. A abordagem de dar e receber foi também aplicada abertamente a algumas nomeações para o poder judiciário", denunciou.

O antigo juiz da operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Sergio Moro, eleito senador pelo estado do Paraná, anunciou o apoio à reeleição do Presidente brasileiro, na segunda volta das presidenciais do país.

O parlamentar eleito ficou conhecido pela atuação como juiz de primeira instância na operação Lava Jato, que investigou crimes cometidos na Petrobras, prendeu empresários, políticos e funcionários públicos.

Enquanto atuava como juiz, Moro condenou Lula da Silva e emitiu um mandado de prisão contra o antigo presidente num processo sobre a posse de um apartamento de luxo que acabou anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou o ex-juiz suspeito, ou seja, parcial para julgar e anulou todos os atos nos processos contra o ex-chefe de Estado.

Graças à anulação destes processos, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) recuperou os seus direitos políticos e agora concorre contra Bolsonaro nas presidenciais, na segunda volta marcada para dia 30.

A ONG relembra ainda que existem relatos de que a própria família Bolsonaro desviou recursos públicos e branqueou os seus ganhos ilícitos.

"Para assegurar que eles e os seus acólitos possam agir impunemente, a administração Bolsonaro lançou um ataque em larga escala aos atuais controlos e equilíbrios do país, ameaçando o regime democrático do Brasil. Para sabotar a responsabilidade legal, o Ministério Público, a Polícia Federal e a Receita Federal foram capturados", acrescentou.

"Para sabotar a responsabilidade política, os membros do Congresso foram comprados através do esquema orçamental secreto. Para sabotar a responsabilidade social, a informação pública foi suprimida, os jornalistas e ativistas foram visados, e a participação cívica foi obstruída", acusou.