Biden diz que a Venezuela tem de fazer muito para aliviar sanções
O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse hoje que a Venezuela tem de fazer "muito" para que os Estados Unidos aliviem as sanções contra o Governo de Nicolas Maduro, apesar dos relatos de uma possível flexibilidade.
Joe Biden considerou "uma deceção" a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e das suas dez empresas aliadas do setor de reduzir a extração de petróleo em dois milhões de barris por dia (mbd), o maior corte no fornecimento de desde Maio de 2020, e acrescentou que se está a analisar que alternativas existem.
De acordo com o Wall Street Journal, o Governo dos EUA está a preparar-se para aliviar as sanções, para permitir que a Chevron retome a extração de petróleo na Venezuela.
A decisão abriria caminho para uma possível reabertura dos mercados norte-americano e europeu às exportações petrolíferas venezuelanas, de acordo com fontes ligadas ao processo, adiantou o mesmo jornal.
Quando questionado hoje sobre o que a Venezuela teria de fazer para que as sanções fossem atenuadas, Joe Biden respondeu: "muito".
"Há muitas alternativas, mas ainda não decidimos", respondeu o Presidente dos EUA, quando lhe perguntaram se a Venezuela é uma das opções que estão a ser exploradas para a obtenção de mais petróleo.
Os dois países estão de relações diplomáticas cortadas desde 2019, por iniciativa da Maduro.
"A abordagem do Presidente, a nossa abordagem e a nossa estratégia, desde que Putin começou a reunir tropas e depois invadiu a Ucrânia, tem sido tentar manter um abastecimento suficiente de energia, petróleo e gás natural a nível mundial para manter os preços estáveis e mais baixos", disse hoje a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, sem se referir à Venezuela.
O Wall Street Journal deu a conhecer alguns pormenores das alegadas conversações, adiantando que, em troca do alívio de sanções, o Governo de Maduro deveria retomar conversações há muito suspensas com a oposição do país para discutir as condições necessárias à realização de eleições presidenciais livres e justas em 2024.