Cá e Lá!
1 Cavaco sobre o imobilismo Socialista.
O professor Cavaco Silva, num artigo publicado no jornal Público no passado dia 30 de setembro, referiu que: “Seria normal que um Governo de maioria absoluta, confrontado com a trajetória de empobrecimento relativo em que o país se encontra, adotasse como uma das suas primeiras prioridades o desenvolvimento de uma estratégia reformista de médio e longo prazo…”.
Quem não percebe estas palavras, não percebe o que é a social-democracia e não vislumbra o alcance e importância que só um governo social-democrata tem quando este tipo de situações acontece. Um espírito verdadeiramente reformista e com ímpeto de crescimento económico de ambição, dificilmente igualável.
2 Inflação – O horizonte que foge.
A inflação, cujas previsões em 2022 apontavam para um aumento de valores entre os 6 e os 7%, atingiu uns asfixiantes 9,3% neste último mês de setembro, um novo máximo em 30 anos.
Perante este cenário, o dinheiro das pessoas vale menos, cai por terra o sonho de muitos para aquisição de habitação e o investimento naquele projeto de autonomia financeira que tinham desenhado deixa de ser exequível.
Mais do que o aumento do preço dos bens essenciais, mais do que o aumento das taxas de juro, a inflação torna o futuro mais caro, torna o futuro distante.
Há que afirmar que os improvisados e pálidos 125€ de apoio governamental às famílias, para fazer face ao ciclónico aumento da inflação, não passam de meros paliativos, autênticos remendos impregnados de truque político, que em nada contribuirão para o aproximar do horizonte.
3 António Costa - Um homem de Fé.
Quando, a Alemanha, a maior economia da Europa, prevê que a sua economia irá entrar em contração no próximo ano, devido ao forte aumento dos custos energéticos resultantes da guerra na Ucrânia, é sinal que dificilmente as restantes economias europeias escaparão à recessão.
Mas o Sr. Primeiro-Ministro António Costa, nas cerimónias do dia da Implantação da República, baseado em projeções económicas que recusa revelar, afastou o cenário de não crescimento e, nas suas palavras, “muito menos o cenário de recessão”.
Para o Sr. Primeiro-ministro, apesar da recessão poder vir a atingir muitos países europeus, e nós não sermos imunes a tal cenário, os reflexos serão apenas no abrandamento do crescimento da economia. Das duas uma, ou os dados a que o Governo tem acesso sofrem do habitual contorcionismo estatístico a que nos habituou, ou o Sr. Primeiro Ministro é um homem de fé.
4 A produtividade do tecido empresarial Português, quando menos é mais.
No passado dia 23 de setembro, estive presente na conferência, promovida pelo Conselho Económico e Social de Portugal, subordinada ao tema “O Desafio da Produtividade na Economia Portuguesa”
A reter:
À semelhança do resto da Europa, a produtividade tem vindo a diminuir em Portugal. O problema é que esta deixou de crescer quando ainda estávamos muito longe da média da produtividade Europeia. Perdeu-se a oportunidade de convergência que deveria resultar da existência de um Mercado Único.
A produtividade das “empresas fronteira” (as 10% mais produtivas das PME’s) estão 40% abaixo da média europeia das empresas fronteira da União.
Os problemas da baixa produtividade portuguesa estão intimamente ligados a um sistema fiscal pesado e não duradouro, um sistema judicial lento e leis laborais que são pouco flexíveis.
Temos um grande número de pequenas empresas, mas, para ganharmos escala, temos que ter uma envolvente económica que permita o surgimento e crescimento de médias, mas sobretudo de grandes empresas.
Há que premiar os lucros retidos e reinvestidos, e incentivar fiscalmente essas empresas, pois são estas que promovem o avanço tecnológico e a inovação.
5 Dia do Concelho de Câmara de Lobos.
Câmara de Lobos assinalou esta semana o 187.º Aniversário de Elevação a Concelho. Momento ideal para olhar para uma série de indicadores que atestam a evolução positiva do nosso território e das suas gentes.
Dos dados apresentados relevo dois:
- No primeiro quadrimestre deste ano, em termos turísticos, Câmara de Lobos foi o município que mais cresceu em termos de dormidas. Um crescimento de 836%, sem paralelo na Região. Uma prova clara da aposta ganha do município na concessão de dois espaços devolutos da baixa da cidade para a instalação de unidades hoteleiras, que atraiu o maior grupo hoteleiro português.
- Em 2013 existiam 1219 beneficiários do RSI mas em 2021 eram apenas 885. A redução na RAM foi de 3,3%, em Câmara de Lobos essa redução traduziu-se nos expressivos 27,4%. Cerca de 2,7% da nossa população recebe este apoio, valor abaixo da média regional que é de 3,5%.
Cai por terra mais um preconceito que durante muitos anos quiseram colar a Câmara de Lobos: ao contrário do que muita gente teima em veicular, os Câmara-lobenses não vivem à custa do “Rendimento Mínimo”.
6 Santuário de Fátima de Los Teques.
A construção do Santuário de Fátima de Los Teques tem um grande valor simbólico, enquanto testemunho da fé que une a comunidade luso-venezuelana.
Apesar da Venezuela já não garantir, aos nossos emigrantes, rendimentos como outrora, cada um contribuiu com o que pôde e a obra nasceu, pedra a pedra como a Igreja de Pedro.