Parlamento Europeu condena referendos ilegais russos e apela a reforço das sanções
O Parlamento Europeu (PE) condenou hoje os referendos fraudulentos que resultaram na anexação pela Rússia de quatro províncias da Ucrânia e pediu à União Europeia (UE) que reforce as sanções a Moscovo.
O voto está numa resolução - que classifica os referendos para a anexação ilegal das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson como "nulos e vazios" - que foi adotada por 504 votos a favor, 26 contras e 36 abstenções, na sessão plenária do PE.
Os eurodeputados apelaram ainda ao reforço do auxílio à Ucrânia, nomeadamente militar.
Na sequência das explosões no gasoduto Nord Stream, o PE salienta que estas revelam o perigo da dependência energética de combustíveis fósseis russos e apela ao reforço da proteção de infraestruturas críticas para a União Europeia (UE).
As resoluções do PE não têm caráter vinculativo.
O Conselho da UE aprovou hoje formalmente o oitavo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia e que entra em vigor assim que for publicado no Jornal Oficial, o que acontecerá "em breve", segundo um comunicado.
O pacote formalmente acordado "introduz na legislação da UE a base para estabelecer um limite de preços relacionado com o transporte marítimo de petróleo russo para países terceiros e mais restrições ao transporte marítimo de petróleo bruto e produtos petrolíferos para países terceiros", de acordo com um comunicado de imprensa do Conselho.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.