Madeira

PAN Madeira sublinha que a participação na vida política do país "não é uma realidade na Região"

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O PAN Madeira invoca os 112 anos da República recordando que a instauração desta deu a todos nós, o povo, a possibilidade de participarmos na vida política do país, mas consideram que “ainda não é bem a realidade que se vive na Região, pois são públicos os casos em que aqueles que ousaram dizer não concordo, foram perseguidos pelo regime de partido dominante que vigora na Região desde 1976".

À União Nacional sucedeu o PSD Madeira, partido que desconsidera as oposições e que vê a democracia como um caminho de sentido único onde dificilmente coexiste eles e os outros. À implantação da República sucederam-se dezasseis anos de instabilidade, quarenta e oito de Estado Novo, dois de revolução e quarenta e seis de poder do PSD Madeira, onde como nunca tivemos a oportunidade de construir uma Madeira Nova, mas teimamos em manter velhas mentalidades que nos limitam a um desenvolvimento anémico, assente em baixos salários, poucas qualificações e sonhos limitados, assim como sabemos que essa limitação da plena cidadania interessa para manter no poder os mesmos e os seus descendentes, sejam eles competentes ou incompetentes. Passados cento e doze anos na Madeira a democracia tornou-se algo de descendências e o povo esse fica a ver passar a procissão.

O partido salienta que como em 1910, "o medo e a falta de esperança dominam o pensamento dos portugueses em geral e dos habitantes da Madeira em particular", que a Europa está em guerra e a ameaça é séria, os baixos salários e a inflação galopante afectam principalmente os mais vulneráveis, os menos qualificados, os mais jovens. Nesse sentido, afirma que resta ao povo nesta data relembrar o espírito dos bravos do 5 de Outubro de 1143, "que nos deram o nosso Portugal e dos republicanos de 1910, para inspirados no passado criarmos um novo modelo de desenvolvimento, assente em salários dignos, em educação de qualidade na transição energética assente não na economia mas sim no respeito pelas pessoas e pela natureza".

A Madeira precisa de governantes que tenham rasgo, que sejam audazes e não conformistas, que não repitam os métodos do passado, que nos conduziram a esta situação, mas sim que nos devolvam a esperança dum amanhã melhor.  Nós, o povo, queremos uma Região preparada para um mundo cada vez mais competitivo, uma Região em que possamos ter os nossos filhos, vê-los crescer e um dia envelhecermos, onde tenhamos salários dignos, uma saúde de qualidade, com uma educação que não seja de anúncios pífios e modelo ATL e onde a transição energética chegue a todas as famílias, tudo isto assente num modelo de desenvolvimento sustentável que garanta aos nossos filhos e netos que também o possam ter.

O PAN Madeira sublinha que o partido "já demonstrou ter quadros de qualidade que tem a capacidade e a audácia de governar para as pessoas, com as pessoas, ouvindo as pessoas".

Neste tempo de incertezas precisamos desse rasgo e dessa audácia para ultrapassar a resignação, superar a estagnação, para recuperar a esperança.