Santos Silva: digno do convite da Assembleia?
As maiores dezasseis empresas cotadas na Bolsa de Lisboa pagam impostos nos Países Baixos e estão impedidas de o fazer, em Portugal, no CINM. Absurdo: na Madeira vivemos, em média, menos dois anos que os portugueses do Continente
Por ocasião da cimeira insular, dei comigo a comparar ambos os parlamentos e verifico que, apesar da maioria de governo nos Açores ser por um escasso deputado, o cargo de presidente da Assembleia Legislativa continua do PSD. Como deve ser e, só assim não é na Madeira, por força de chantagem do “chefe” ocupante. Se pega de moda teremos palhaçada semelhante nos Açores. O CDS - ou terá sido um homem só ? - desprezou a principal regra da democracia: representatividade proporcional à votação. Resultado: dois secretários, dois deputados e um presidente da Assembleia. Um absurdo que o voto popular deve dirimir.
Entretanto, ouvi incrédulo José Manuel Rodrigues afirmar na RTP-Madeira, com aquele novo ar e voz celestial que adotou, ter chegado “a presidente do parlamento por vontade do povo madeirense”.
Mentira descarada pois todos sabem a chantagem partidária que esteve na origem de tal auto-proclamação. Uma golpada sem igual na curta democracia regional.
Mentiu, porque o presidente da Assembleia Legislativa não é eleito pelo povo mas sim pelos deputados no início da legislatura. Quem garantiu a sua nomeação, como presidente da Assembleia, foram os deputados do PSD, ele próprio e dois deputados do CDS.
Mentiu, o que é muito feio, porque eu, que votei no PSD, não lhe dei qualquer voto para que fosse presidente da Assembleia. E, ainda bem - ou mal - que não imaginei tal possibilidade.
Um exemplo do meu repúdio, pelos actos desta mesa da Assembleia, é a presença de Augusto Santos Silva, actual presidente da Assembleia da República, na abertura desta última sessão legislativa antes do próximo ano eleitoral. Certamente convidado por José Manuel Rodrigues, obrigatoriamente teve a aprovação do PSD, o que é muito estranho perante o historial de agressividade que Santos Silva dedicou ao PSD/Madeira e a Alberto João Jardim. Há a acrescentar que o socialista será o candidato do PS a suceder a Marcelo Rebelo de Sousa.
O “mais” simpático que o “politicão” continental afirmou, foi Jardim querer dividir o país e o seu próprio partido, o PSD, além de acusar o antigo líder laranja de não ser democrata, advogar o autoritarismo e ser separatista (entre outros piropos).
Por tudo isso é esquisito o convite regional, com óbvio aplauso do PS, a Santos Silva e com a cumplicidade social democrata.
Rodrigues a querer brilhar.
Obviamente que José Manuel Rodrigues nunca foi ofendido por Santos Silva, nem sente as acusações ao PSD e a Jardim. Nem à Autonomia. Pimenta no … dos outros é refresco!
Agora que acabaram as férias nas “dachas” privadas, antes públicas, da Ilha Dourada, é tempo para corrigir condutas pessoais sem qualquer princípio ético.
Todo o mundo tem sido chamado para foto na Assembleia Legislativa. É um rodopio de vaidade pessoal, tudo aprovado pelo grupo parlamentar social democrata.
Pagar impostos nos Países Bascos
As dezasseis maiores empresas “portuguesas” (todas cotadas na Bolsa de Lisboa), com sede fiscal nos Países Bascos (ex-Holanda), pagaram mais de mil milhões de euros de dividendos, à taxa fiscal daquele país da União Europeia (entre 3 e 5 %).
O incrível é que podem-no fazer num país europeu mas já não o podem fazer, com a mesma taxa, no Centro Internacional de Negócios da Madeira, ou seja, em Portugal.
E ninguém luta contra isto !
Convidem, uma a uma, essas empresas “fiscalmente holandesas”, a estarem presentes, a 25 de Outubro, na sessão de esclarecimento sobre o CINM que Miguel Albuquerque e a SDM realizam em Lisboa. Ao menos obriguem-os a ouvir.
É do interesse nacional. Tenho a lista se necessário.
O Portugal de Costa
São 2,3 milhões de portugueses em risco de pobreza, dos quais 560 mil idosos e 400 mil crianças. É o oitavo país europeu com maior risco de pobreza. Uma vergonha socialista !
Esperança de vida menor
Já escrevi sobre isto. A esperança de vida na Madeira é inferior há do Continente. Eles vivem mais dois anos que nós. Já foi pior mas continua muito mau. Este é o verdadeiro argumento a introduzir na nova Lei das Finanças Regionais.
TV’s e o funeral
As televisões portuguesas deram ao povo um atestado de imbecilidade ao, durante dias sem fim, acompanharem sem interrupção o funeral da rainha Isabel II. Deslocados para Londres, com cara de quem lhes tinha morrido um familiar querido, não pararam de repetir sem conta o que todo o mundo sabia, está no “Google” e não mais se queria ouvir. Um país de parolos intelectuais a debitar conversa dispensável.
As televisões inglesas davam imagens com um pequeno comentário, a localizar as imagens, de dez em dez minutos.
Logo de seguida foram para o Brasil, descaradamente, promover Lula junto dos brasileiros que vivem em Portugal. E acham-se democratas. A TVI é escândalo sem nome. Após os resultados os seus enviados desapareceram e, quando voltaram, era só elogios à prestação política de Bolsonaro. Mas ficou o seu efeito sobre os brasileiros votantes em Portugal. Lula teve campanha à borla. Ou seja, paga pela TVI. As sondagens foram mais uma descarada vigarice.
Porque, até à segunda volta, não vão essas jornalistas ao Irão, aí sim onde, nas ruas, o povo luta com a vida pela liberdade ?