CEO nos EUA ganham em média 399 vezes mais do que um funcionário comum
A remuneração dos diretores-executivos (CEO) das grandes empresas norte-americanas cresceu 11% em 2021 e, em média, já é 399 vezes maior do que a de um funcionário comum, segundo um relatório hoje divulgado pelo Economic Policy Institute (EPI).
Esta organização sem fins lucrativos (ONG) analisou os rendimentos dos CEO das 350 maiores empresas do país, que ganharam em média 27,8 milhões de dólares (cerca de 27,9 milhões de euros) no ano passado, somando os seus salários e outras remunerações.
Esse número é 399 vezes o que um empregado comum ganha, um novo recorde histórico, apesar de, para distorcer a realidade, o estudo ter excluído os ganhos do CEO da Tesla, Elon Musk, que totalizaram cerca de 23,5 mil milhões dólares (cerca de 23,5 mil milhões de euros) graças à execução de opções sobre ações da companhia.
O relatório descreve como a disparidade salarial entre os altos executivos e os funcionários cresceu nas últimas décadas, com os CEO a ganhar em média 59 vezes mais do que o trabalhador comum em 1989.
De acordo com Josh Bivens, diretor de investigação do EPI e um dos autores do relatório, a renumeração "exorbitante" que os CEO recebem é uma grande contribuição para o aumento da desigualdade e que poderia ser contida sem prejudicar a sociedade como um todo.
"Precisamos de colocar em prática soluções políticas que reduzam os incentivos dos CEO para extrair concessões económicas e limitem a sua capacidade de o fazer", disse Bivens, citado em comunicado.
Entre as opções que o EPI coloca sobre a mesa estão o aumento das percentagens marginais do imposto de renda nas faixas mais altas, o uso das leis antimonopólio para reduzir o poder de mercado excessivo de algumas companhias e a generalização de regras que permitem que os acionistas de uma empresa votem na remuneração que os seus executivos recebem.
Nos últimos anos, foram promovidas algumas iniciativas nos Estados Unidos para responder a essa crescente desigualdade.
Por exemplo, o regulador do mercado de ações exige que as empresas listadas relatem o índice de renumeração dos seus CEO em relação ao trabalhador médio na sua empresa.