UE espera resposta "adequada" do Conselho de Segurança da ONU ao míssil norte-coreano
A União Europeia defendeu hoje que o Conselho de Segurança da ONU deve ter uma resposta "adequada" à "ação imprudente e deliberadamente provocadora" da Coreia do Norte, que disparou um míssil balístico que sobrevoou o norte do Japão.
"É essencial que o Conselho de Segurança da ONU responda adequadamente a esta crescente ameaça à paz e segurança internacional e regional" antes que as ações das autoridades de Pyongyang gerem "mais tensão militar na região", realçou um porta-voz do Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.
A Coreia do Norte "deve cessar os lançamentos de mísseis, abster-se de realizar um teste nuclear e comprometer-se num diálogo significativo com os Estados Unidos, a Coreia do Sul e outros membros da comunidade internacional", acrescentou.
Os Estados Unidos solicitaram esta terça-feira que o Conselho de Segurança da ONU se reúna de urgência na quarta-feira, para abordar este novo lançamento norte-coreano, que para a UE é uma violação "flagrante" das resoluções do importante órgão das Nações Unidas.
O organismo europeu assegurou também que "desempenhará plenamente o seu papel" na obtenção de apoio internacional para convencer a Coreia do Norte de que o único caminho para a paz e a segurança sustentáveis é o respeito ao direito internacional e o envolvimento com a comunidade internacional.
O projétil lançado por Pyongyang sobrevoou o norte do arquipélago japonês, o que fez com que o sistema de alerta civil fosse ativado na região, recomendando que a população se refugiasse de um possível impacto.
Segundo o governo do Japão, o míssil é o que percorreu a maior distância até hoje, de todos os testados pela Coreia do Norte, com uma altura máxima próxima de 1.000 quilómetros e uma distância final de 4.600 quilómetros.
O projétil caiu nas águas do Pacífico e fora do espaço económico exclusivo do Japão, segundo o Ministério da Defesa.
Este tipo de testes com armas de longo alcance capazes de carregar ogivas nucleares é proibido por resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que costuma reunir-se sempre que Pyongyang realiza um teste.
O novo lançamento norte-coreano ocorre depois de Tóquio, Washington e Seul terem realizado, na semana passada, manobras conjuntas no mar do Japão, nas quais participou o porta-aviões norte-americano USS "Ronald Reagan".
Em maio passado, os Estados Unidos propuseram endurecer as sanções internacionais contra a Coreia do Norte em resposta aos seus repetidos testes de armas, mas Rússia e China vetaram a iniciativa.
Estados Unidos, Japão e NATO condenaram esta terça-feira o disparo pela Coreia do Norte de um míssil balístico sobre o Japão, comprometendo-se a coordenar uma resposta multilateral à provocação do regime do Presidente Kim Jong-un.
A Casa Branca indicou que os três estados estão a preparar uma "resposta robusta" ao lançamento do míssil balístico.
Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou o lançamento de um míssil balístico norte-coreano sobre o Japão, classificando o ato de uma "agressão injustificada".